Nordeste lidera intenção de compra por carros seminovos

Pesquisa aponta que 32% dos consumidores da região planejam adquirir veículos usados, acima da média nacional

Tendências do mercado de carros seminovos

O mercado de carros seminovos vem consolidando sua presença no Brasil, impulsionado por fatores econômicos e pela busca por alternativas mais viáveis de mobilidade. Um levantamento realizado pela Consumoteca, a pedido do banco BV, indica que o Nordeste é a região que mais demonstra interesse nesse tipo de veículo. 

Segundo o estudo, 32% dos nordestinos pretendem adquirir um carro seminovo, índice superior à média nacional, de 27%.

A pesquisa revela que, embora o automóvel ainda represente a realização de um sonho para parte dos entrevistados, as decisões de compra são, em grande medida, guiadas por critérios racionais. Questões como custo-benefício, economia de manutenção e valorização do investimento aparecem entre os principais fatores considerados.

Outro ponto destacado é que o interesse pelos seminovos está fortemente ligado ao preço mais acessível, em comparação aos veículos zero-quilômetro. Além disso, a diferença de valor amplia o poder de escolha e favorece a diversificação da frota, permitindo ao consumidor encontrar modelos mais compatíveis com seu orçamento.

Além do aspecto econômico, o levantamento também observa o peso de fatores práticos no momento da compra. A facilidade de acesso ao crédito e ao financiamento, a menor depreciação e a variedade de modelos disponíveis fortalecem o mercado de usados e o tornam mais competitivo. 

Esses elementos são citados como determinantes para o crescimento do interesse por seminovos em todas as faixas de renda analisadas.

Os motivos mais apontados pelos entrevistados incluem:

• preço mais acessível, em relação a veículos novos;

• custo de manutenção reduzido, com peças e serviços mais disponíveis;

• menor depreciação, o que favorece a revenda;

• variedade de opções e facilidade de financiamento;

• interesse ambiental, com busca por modelos mais econômicos.

Regiões com maior intenção de compra de carros

O levantamento da Consumoteca mostra que o Nordeste concentra a maior intenção de compra de veículos seminovos entre todas as regiões do país. A pesquisa também revela aspectos culturais que ajudam a entender esse comportamento. 

Em cidades como Salvador, Fortaleza e Recife, o carro é percebido como símbolo de autonomia e de segurança, especialmente em locais nos quais a mobilidade urbana ainda enfrenta desafios.

Segundo os dados divulgados, 43% dos nordestinos afirmam que possuir um automóvel representa a realização de um sonho, um percentual significativamente superior à média nacional, de 27%. Esse dado evidencia que o automóvel, além de atender a uma necessidade prática, mantém forte valor simbólico para os consumidores da região.

Nesse sentido, a Fenauto também destaca o protagonismo do Nordeste nas transações de veículos usados. No primeiro semestre de 2025, a região respondeu por cerca de 20% das negociações nacionais desse tipo de automóvel. 

Ainda, estados como Bahia, Pernambuco e Ceará apresentaram expansão nas vendas, tanto nas capitais quanto no interior, refletindo a relevância econômica do setor automotivo regional.

O estudo da Consumoteca foi realizado entre 5 e 9 de junho de 2025, com 2 mil entrevistados, em todas as regiões brasileiras, e margem de erro de dois pontos percentuais. A pesquisa analisou dimensões econômicas, emocionais e sociais que influenciam a relação dos brasileiros com o automóvel, reforçando a importância do Nordeste no mercado nacional de seminovos.

Modelos em destaque

Os dados das fontes consultadas apontam que a preferência por carros seminovos está ligada a fatores financeiros, e não só a modelos específicos. No entanto, veículos amplamente disponíveis no mercado, como o Onix, por exemplo, surgem como opções a se considerar.

Logo, o Nordeste consolida-se como a região com maior intenção de aquisição de carros seminovos no país, destacando um perfil de consumo que combina planejamento, acesso facilitado ao crédito e atenção às condições econômicas locais.