Aracaju (SE), 21 de novembro de 2024
POR: OAB
Fonte: OAB
Pub.: 25 de julho de 2016

OAB estuda ação judicial contra resolução da Anac que acaba com franquia de bagagens

OAB estuda ao judicial contra resoluo da Anac que acaba com franquia de bagagens (Foto: OAB)

OAB estuda ao judicial contra resoluo da Anac que acaba com franquia de bagagens (Foto: OAB)

Brasília - O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, afirmou nesta quinta-feira (21) que a entidade estuda medidas judiciais contra a resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que pretende acabar com as franquias de bagagens. A resolução deixará a cargo das empresas a decisão de cobrar por bagagens despachadas, oferecendo como contrapartida o argumento de que tal medida deverá fazer cair os preços das passagens. A declaração de Lamachia veio após a reunião realizada hoje entre representantes da agência e a presidente da Comissão Especial de Defesa do Consumidor, Marié Miranda.

“Mais uma vez o que vemos é uma agência reguladora que deveria zelar pelos interesses da população assegurando seus melhores empenhos na defesa dos interesses das empresas. É uma total inversão de valores. Se a Anac realmente publicar esta resolução nos termos que pretende, vamos à Justiça para garantir a defesa dos direitos dos consumidores” disse Lamachia.

O presidente destacou ainda que a resolução não garante de forma alguma que as passagens ficarão mais baratas ou que o consumidor será beneficiado.

Além de Marié, outros dois representantes da Ordem participaram do encontro: o secretário-geral da Comissão Especial de Defesa do Consumidor, Gustavo Chalfun, e o advogado Bruno Miragem, que é estudioso da aviação civil. Segundo Marié, a reunião foi rápida, frustrante e de forma alguma produtiva, dando a impressão de um jogo de cartas marcadas. “Nos chamaram lá para dar uma aula com slides, justificando e tentando mostrar, como se já estivesse tudo pronto”, resumiu ela.

“Sentimos que eles estão praticamente resolvidos a publicar a resolução. Na verdade, o convite para que fôssemos lá para mostrar que nos convidaram, nos deixaram a par, para justificar posteriormente que tínhamos conhecimento”, disse Marié. “Sentimos de imediato que eles não vão mudar. Não nos passaram sequer o resultado da audiência pública que fizeram alegando haver mais de 1.500 pronunciamentos. Saímos dessa reunião com impressão muito negativa e não vamos apoiar a resolução”, acrescentou ela.

Na visão da presidente da Comissão Especial de Defesa do Consumidor a resolução que acaba com as franquias de bagagem e libera as companhias aéreas para cobrar por todo volume despachado é uma afronta à legislação. “Eles ferem frontalmente o código de defesa do consumidor. É um prejuízo frontal ao consumidor e que só vai beneficiar as empresas aéreas. Por outro lado, a Anac não impõe nenhuma condição para redução do preço das passagens para as companhias aéreas. Não dão nenhuma garantia nesse sentido”, declarou Marié, engrossando a fala de Lamachia.

Pela Anac participaram da reunião: Fernando Barbelli Feitosa, da gerência de Regulação das Relações de Consumo, Luiz André de Abreu Gordo, da gerência Técnica de Análise Econômica, Rodrigo Ribeiro Alencar, da gerência Técnica de Assessoramento, e Hidevana Meire Almeida, especialista em regulação de aviação civil.


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