Filipe Toledo é campeão mundial de surf em Jeffreys Bay
Entre altas ondas, espírito aloha competitivo, bateria paralisada por tubarões e uma barca de competidores quebrando altas ondas pela disputa do título mundial de surf 2017, o paulistano filho de campeão brasileiro (Ricardo Toledo - Abrasp 1991/1995), Filipe Toledo, barbarizou e subiu no lugar mais alto do pódio em Jeffreys Bay, Eastern Cape, South África, na #6 etapa do World Surf League, Corona Open J-Bay.
Felipe Toledo e Frederico Morais (Foto: Kelly Cestari/WSL)
Com um surf completo, Filipinho não deu mole e ditou um ritmo veloz do início ao fim do campex. Seu surf moderno progressivo e bem diversificado de manobras impulsionou a instigação dos atletas que o enfrentavam no decorrer das baterias. Superação era a palavra-chave entre todos os competidores! Mas o brasileiro estava impossível de ser batido em J-Bay! Ele arrancou a primeira nota 10 dos juízes na segunda fase, contra o americano Kanoa Igarashi, pegando um tubão profundo de frontside, saindo comemorando, e, posteriormente, escaupelou a onda com uma forte batida snap, em seguida, deu outra forte batida despencando de floater para finalizar.
Na terceira bateria da quarta fase, Filipinho colocou o sul africano Jordy Smith e o australiano Julian Wilson na Kombi (combinação de notas), isto é, os dois competidores precisavam pegar duas ondas cada, uma pontando a nota máxima (10) e a segunda tirando uma nota necessária para virar a bateria. Ele arrancou brilhantemente a sua segunda nota 10 dos juízes, voando alto em duas manobras aéreas com grande rotação, em seguida, detonou a onda com rasgadas, snap, floaters e batida. O surfista brasileiro mandou os dois competidores para a repescagem.
Depois de mandar o sul africano para repescagem (quinta fase), Filipinho cravou a borda e despachou o local Jordy Smith na terceira bateria das quartas de final. O brasileiro colocou Smith na Kombi novamente e deixou a plateia alucinada na beira da praia.
Na segunda bateria das semifinais, o impossível Filipinho, bateu novamente de frente com o australiano Julian Wilson. E não deu outra, colocou Wilson na Kombi (combinação) para voltar atordoado à Austrália e avançar para a grande final contra o português Frederico Morais! As ondas de 6 a 10 pés de J-Bay estavam dominadas e se transformaram no playground de diversão do brasileiro Filipe Toledo.
Frederico Morais chegou empolgado na grande final, depois de despachar o hawaiano John John Florence nas duas últimas ondas da segunda bateria das quartas de final, sendo que em uma onda surfada ele tirou a sua primeira nota máxima na competição, 10! Na primeira bateria da semifinal, o português não deu chance para que acontecesse uma final brasileira em J-Bay. Frederico despachou o atleta do litoral norte de São Paulo, local da Praia de Maresias, o campeão mundial Gabriel Medina, e se jogou com todo o gás nos pulmões para a grande final contra o brasileiro Filipinho.
Na grande final o enorme público presente em Jeffreys Bay e os surfistas competidores da elite mundial estavam premeditando o resultado final. O brasileiro, local do litoral norte de São Paulo, Praia de Ubatuba, e atualmente radicado em San Clemente, na Califórnia, Filipe Toledo, levou a melhor na segunda bateria luso-brasileira na #6 etapa do World Surf League Championship Tour. Toledo pegou a segunda melhor onda da grande final, desceu uma bomba e abriu a sua caixa de ferramenta: fortes rasgadas, snaps, floater e batidas, de forma diversificada e sincronizada para tirar 9,17. Frederico entrou na bateria com uma nota 8,33 e na segunda nota pontuou alto, com a melhor onda da bateria, 9,40, mas Filipe respondeu em seguida, pegou a sua segunda onda e com um bom tubo arrancou dos juízes a nota 8,83, totalizando 18,00 x 17,73, sagrando-se campeão em ondas perfeitas pela primeira vez em J-Bay.
Com a vitória na África do Sul, Filipe Toledo subiu da décima quarta para sétima posição no ranking World Surf League Championship Tour.