Governo e oposição deixam eleição "indefinida” por falta de unidade para 26 :: Por Habacuque Villacorte
Continuam com estratégias equivocadas e esquecendo de "combinar com os russos"

Apesar de ainda ser muito cedo para termos uma análise concreta de como as “peças” irão se mover no “tabuleiro político” das eleições de 2026, a postura e as falas de algumas lideranças e partidos políticos com densidade eleitoral sinalizam que o pleito do próximo ano em Sergipe encontra-se completamente indefinido, aguardando um encaminhamento mais objetivo para os primeiros meses. O governador Fábio Mitidieri (PSD), por exemplo, lidera uma base forte, mas extremamente dividida.
Ele já anunciou que o ex-deputado André Moura (União) é seu pré-candidato a senador no próximo ano; por sua vez, o já senador Alessandro Vieira (MDB) tem todo o interesse de ser o segundo nome para o Senado na chapa governista, mas, de pronto, já afirmou (e ratificou) que não votará e nem pedirá voto para André no próximo ano; por sua vez, o ex-deputado “passou a bola” para o governador, registrando que sua postura será na “mesma reciprocidade” de Alessandro, ou seja, vai dar choque!
Não custa lembrar que o presidente da Câmara, vereador Ricardo Vasconcelos, o mais votado na capital na eleição de 2024, deu uma declaração recente que, na condição de pré-candidato a primeiro suplente de André Moura, deverá “anular” seu segundo voto, descartando o voto em Alessandro e até em Edvaldo Nogueira (PDT), ex-prefeito de Aracaju, que está “na mira” da CMA, que também se coloca interessado no Senado. O govenador, por sua vez, respeita, mas não tem gostado das falas de Ricardo.
O chefe da Câmara acusa Edvaldo de suposta “pedalada fiscal” no exercício financeiro de 2024. Defensores do ex-prefeito se solidarizam e dizem que ele está sendo alvo de uma suposta “perseguição” por parte de aliados. Prefeitos do interior, que integram a base governista ou votam em André ou votam em Alessandro para o Senado. Não há clima para o voto em ambos e este será mais um desafio para o governador, que terá que apagar “focos de insatisfação” na base...
Mas a falta de unidade não é “referência” apenas do governo! Na oposição as principais figuras não se entendem! Pelo PT, o já senador Rogério Carvalho comanda a legenda em Sergipe, quer buscar a reeleição e não se revela abatido. Mas o ministro Márcio Macedo, que mantém uma espécie de “guerra fria” com o “companheiro”, também quer uma cadeira no Senado Federal e, diferente de Rogério, não descarta uma composição com Fábio Mitidieri, que já declarou seu apoio à reeleição de Lula.
Também na oposição, a maioria enxerga no prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), o melhor nome para disputar e vencer a eleição para governador, todavia, ele se mantém inelegível; como o deputado federal Tiago de Joaldo (PP) deve disputar a reeleição, aí sobe o “coro” para que a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PP), lidere o processo político no próximo ano. O tempo vai passando, tudo fica no campo da especulação e essas individualidades podem prejudicar o coletivo...
Em síntese, não é exagero quando este colunista avalia que a disputa para o governo de Sergipe e as duas cadeiras para o Senado estão completamente indefinidas, e uma série de fatores externos, como a polarização nacional, pode interferir no resultado da eleição. Governo e oposição continuam com estratégias equivocadas, quando o assunto é “fabricar pré-candidaturas e “arregimentar alianças” e estão esquecendo o principal: de “combinar com os russos”...
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