Aracaju (SE), 05 de julho de 2025
POR: Aldaci de Souza e Tiffany Tavares
Fonte: Agência Alese
Pub.: 06 de outubro de 2016

Degradação da Bacia do Rio Japaratuba é discutida na Assembleia Legislativa

Os impactos na Bacia do Rio Japaratuba, a exemplo da erosão, uso do solo de maneira indevida, a falta de tratamento de esgotos sanitários, uso de fertilizantes e agrotóxicos, além da erosão; foram debatidos no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), na manhã desta quinta-feira (06), após exposição do professor-doutor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Crystiano Ayres.

Crystiano Ayres fala sobre os problemas que afetam a bacia (Imagem: Jadilson Simes/AAN)

Crystiano Ayres fala sobre os problemas que afetam a bacia (Imagem: Jadilson Simes/AAN)


A palestra, que acontece nesta quinta-feira, 6, às 10h, durante o grande expediente da sessão plenária, será proferida pelo professor Crystiano Ayres Machado, pesquisador do Grupo Acqua da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e professor de biologia da rede estadual. “Dr. Cristiano é um biólogo, está cursando doutorado na área ambiental e sua tese é sobre a Bacia do Rio Japaratuba, que é a mais degradada de Sergipe”, apontou Ana Lúcia.

O palestrante (biólogo e pesquisador do Grupo Acqua da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e professor de biologia da rede estadual), explicou que sua tese trata do estudo sobre a qualidade e produção da água do Rio Japaratuba, com a sub bacia (Rio Siriri) estratégica que abastece várias cidades sergipanas.

“Essa sub bacia sofre agressão ambiental, a exemplo de extração de areia, desmatamento, que causam grande impacto ambiental denominado de pressão atrópica”, destaca acrescentando que a essa pressão influencia no desmatamento das matas ciliares, na velocidade do vento e também no aumento da segmentação, que consequentemente diminui a vazão, ocorrendo queda de volume e qualidade da água, sem contar com o sofrimento dos animais e impactos na vegetação”, explica lembrando que a água é responsabilidade de todos, mas as consequências também são de responsabilidade de todos.

Políticas Públicas

De acordo com a deputada Ana Lúcia Vieira (PT), coordenadora da Frente Parlamentar Mista de Meio Ambiente, Segurança Alimentar e Comunidades Tradicionais, o grande desafio no meio ambiente é a percepção dos gestores e da população, quanto à importância do ambiente em que se vive.

“Os gestores e a população devem perceber que os elementos da natureza não são infinitos e o homem pode degradar a tal forma que talvez nem seja recuperada. Por exemplo, salinizar o alto sertão vira um deserto. Essas coisas são informações mínimas que precisamos perceber para que na nossa vivência e na experiência do dia a dia a gente consiga ter um equilíbrio dos nossos desejos”, ressalta acrescentando ser de extrema importância para os sergipanos, o conhecimento da Bacia do rio Japaratuba, para que possam contribuir com uma política de revitalização.

Ela disse ainda que o movimento mais ativo é o da Bacia do Rio Japaratuba. “Temos fóruns, debates, seminários e audiências públicas. E cada debate nessa casa é importante para que a gente se aproprie das informações e assuma a responsabilidade que não podemos ficar só na retórica, mas desenvolver políticas públicas”, entende.

Parlamentares

Na ocasião, a deputada Conceição Vieira enfatizou ser “um trabalho de difusão e proteção que precisa ser feito pelas escolas e pela população como um todo”.

O deputado Georgeo Passos destacou que a conscientização da população para o uso racional da água deve ser feito para que as futuras gerações não venham a sofrer.

“Vemos a degradação das matas ciliares e das bacias hidrográficas e esperamos que a gente possa evoluir e ir atrás de medidas que possam frear os problemas”, afirma Georgeo Passos indagando se o Governo do Estado está contribuindo para que a Bacia do Rio Japaratuba seja preservado.

“As ações praticadas no meu mestrado e doutorado tiveram participação efetiva do Governo do Estado por meio da Adema, da metrologia, disponibilidade de transporte e do incentivo ao Comitê de Bacias Hidrográficas, uma revista em quadrinhos explicando às crianças a importância das bacias hidrográficas”, responde o professor Crystiano Ayres, destacando ainda a participação do Ministério Público Estadual (MPE).

“É preciso muito cuidado para que essa bacia não venha a morrer”, completa a deputada Goretti Reis.

Bacia do Japaratuba

O professor-doutor Crystiano Ayres informou que a Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba abrange 18 municípios do médio sertão sergipano, do leste sergipano, baixo São Francisco e da Grande Aracaju. A Área geográfica é de 1.735 quilômetros quadrados. São 122 mil 879 habitantes, sendo que mais de 79 mil utilizam da água da bacia.

É ainda formada por área degradada, brejos, campos de restingas, cultivos agrícolas a exemplo da cana-de-açúcar, dunas, areal, pastagens, áreas urbanas, extração mineral (cascalhos), mangue, mata ciliar (animais e vegetais), pastagem exaustivamente utilizada com uso de agrotóxicos e fertilizantes e açudes.  Isso além de 1.236 poços de petróleo.

O ambientalista Lizaldo Vieira, informou que após amplamente discutida com a sociedade, foi elaborada uma proposta de criação da ARIE –Área de Relevante Interesse Ecológico na Nascente do rio Siriri e do Siriri Vivo. “Essa proposta já está no gabinete do governador Jackson Barreto e é de suma importância porque a comunidade não está recebendo água”, afirma.

Participaram ainda do evento os deputados Goretti Reis (DEM), Conceição Vieira (PT), Maria Mendonça (PP), Luciano Pimentel (PSB) e Georgeo Passos (PTC); além da presidente do Comitê Hidrográfico do Rio Japaratuba, Rosa Cecília Lima e o presidente da Ong Água Viva de Estância, Luiz Alberto Palomares; José Firmo, do Fórum em Defesa da Grande Aracaju, o advogado Ronald Vieira, representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), além de representantes de Colônias de pescadores e de associaç~eos do município de Japaratuba.


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