Sintomas da endometriose podem surgir em qualquer fase da vida da mulher
Nos últimos dias, o Brasil se surpreendeu com declarações da cantora Anitta, que contou que sofre de endometriose. A cantora, que passou por uma cirurgia nesta quarta-feira, 20, chamou a atenção da população para a doença que atinge cerca de sete milhões de mulheres no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Kelso Passos, ginecologista e especialista em Endometriose, cooperado Unimed Sergipe - Foto: Ascom Unimed SE
De acordo com Passos os principais sintomas que acompanham a doença é a dismenorreia, nome técnico para cólica menstrual, dor pélvica crônica, dispareunia, que é a dor durante a relação sexual, dor para evacuar, dor ou sangramento para urinar e sangramento na evacuação durante a menstruação.
"Outro sintoma bem frequente é a infertilidade. Podemos, também, adicionar outro sintoma que é a distensão abdominal, muito frequente em pacientes com endometriose. Vale ressaltar que em torno de 10% das portadoras são assintomáticas, então, podemos encontrar pacientes com endometriose sem apresentar sintoma algum e uma outra observação é que não ter um dos sintomas não exclui o diagnóstico. Às vezes, a paciente tem dor durante a relação sexual, mas não tem dor de cólica e ela não ter a cólica menstrual não significa que não poderá ter esse diagnóstico. O mesmo acontece que mulheres que já têm filhos", pontua o médico.
Todos os anos, durante o mês de março, é realizada a campanha Março Amarelo, que há quase 30 anos visa chamar a atenção da população sobre a endometriose. Recentemente, a doença foi reconhecida pela OMS como um problema de saúde pública.
"Quando a paciente vai pra um ginecologista que tem uma especialização em endometriose, o diagnóstico é relativamente fácil e pode ser realizado apenas com a anamnese, que é a entrevista durante a consulta, e complementado pelo exame físico no consultório. Na maioria das vezes, pedimos o ultrassom com preparo intestinal e a ressonância como complementação do diagnóstico para mapear a doença, para ver se será um caso cirúrgico e para fazer um controle da doença, independente se vai operar ou não", frisa o ginecologista.
Segundo Kelso, existe tratamento para o controle da endometriose, porém, não há cura. O tratamento é feito de forma multidisciplinar e inclui, além de um ginecologista especializado, nutricionista, profissional de Educação Física e psicólogo.
"Mesmo nos casos em que há a cirurgias, a taxa de recidiva é muito alta. Então, é uma doença crônica que há um controle muito eficaz para que a paciente possa ter uma vida normal, sem crises e dores. A endometriose requer um tratamento personalizado para cada paciente, pois cada uma tem seu sintoma e seu tratamento e seguindo as orientações, ela tem uma vida normal, sem atribulações em seu dia a dia", complementa Kelso Passos.