Campanha Julho Amarelo promove prevenção e cuidado das hepatites virais
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais são a segunda maior causa de morte entre as doenças infecciosas, depois da tuberculose, responsáveis por 1,4 milhão de mortes por ano no mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que pelo menos 70% da população já teve contato com o vírus da hepatite A e 15% com o vírus da hepatite B.
Para conscientizar a população e controlar a circulação dos vírus que provocam hepatite, é realizada a campanha mundial Julho Amarelo. O objetivo principal da ação é destacar a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para as infecções virais que causam danos significativos ao fígado, podendo levar a complicações graves, como cirrose e câncer hepático.
Dr. Karina Ramalho, médica infectologista cooperada da Unimed Sergipe - Foto: Ascom Unimed SE
Contágio e prevenção
A transmissão do vírus A é feco-oral, pode ocorrer em momentos de contato próximo pessoa-pessoa com um indivíduo infectado, pelo contato sexual ou ainda pela ingestão de alimentos contaminados. Pode ser prevenida a partir de vacina, ou pela ingestão de alimentos bem lavados e água filtrada, além de cuidados de higienização de mãos sempre após uso de banheiros e antes de se alimentar.
O vírus B se transmite por via parenteral, durante o parto, ou a partir de fluidos corporais infectados: no contato sexual, no compartilhamento de agulhas, seringas ou outros equipamentos contaminados e, menos comumente, por compartilhamento de itens como lâminas de barbear, escovas de dentes ou contato com feridas abertas de uma pessoa infectada. Também pode ser prevenida por vacina, além do uso de preservativos nas relações sexuais e evitando compartilhamento de artigos pessoais.
Para o vírus da hepatite C, a transmissão também ocorre a partir dos fluidos corporais contaminados e, menos comumente, no parto e no ato sexual. Não existe vacina para esse tipo de hepatite, mas é uma infecção curável, por isso descobrir os portadores e tratar é uma estratégia eficaz para prevenir a disseminação. Além disso, fazer uso de preservativos nas relações sexuais e evitar compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos.
Sinais e sintomas
Muitas pessoas contaminadas pelos vírus da hepatite não sabem que estão infectadas, salienta Karina, pois os sintomas da hepatite viral crônica podem levar décadas para se desenvolver e geralmente são os mesmos que os da infecção aguda.
“Quando sintomáticos, os sinais de todos os tipos de hepatite viral são semelhantes e podem incluir um ou mais dos sintomas a seguir: icterícia – caracterizada pelo amarelamento da pele, das mucosas e dos olhos –, febre, fadiga, perda de apetite, náusea, vômito, dor abdominal, dor nas articulações, urina escura, fezes de cor clara e, nos casos de hepatite A, diarreia”, detalha a infectologista.
Ao apresentar alguns desses sintomas, ou quando houver suspeitas de histórico familiar de hepatite crônica, câncer de fígado e cirrose por hepatite, é fundamental procurar atendimento médico.
“Pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993, mesmo sem sintomas, devem fazer o teste para hepatite C, uma vez que os testes de detecção desse vírus em bancos de sangue só começaram a ser utilizados entre os anos de 1992 e 1993”, salienta a a médica.