Campanha Agosto Branco conscientiza sobre câncer de pulmão
A campanha Agosto Branco é dedicada à conscientização sobre um dos tipos de tumor mais frequentes no Brasil e no mundo: o câncer de pulmão. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados 32.560 novos casos de câncer de pulmão, brônquio e traqueia no triênio 2023-2025. Destes, 18.020 serão em homens e 14.540 em mulheres. E o número anual de mortes pela doença é quase o mesmo: são cerca de 30 mil mortes por câncer de pulmão, por ano, no Brasil.
Drª Gisélia Tavares, oncologista - Foto: Ascom Unimed SE
“A campanha chama a atenção para os fatores de risco, os sinais e a importância do tratamento. As estatísticas oficiais do câncer de pulmão no Brasil são alarmantes, segundo o Inca, cerca de 13% de todos os casos novos de câncer no Brasil são de pulmão. Mundialmente, é o primeiro em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres”, ressalta.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para esse tipo de câncer são o tabagismo, a poluição do ar, o contato com substâncias químicas, como o amianto e derivados da queima de petróleo, além do histórico familiar de câncer.
A oncologista ressalta que as pesquisas já comprovaram que o fumo está relacionado a 17 tipos diferentes de câncer, incluindo câncer de pulmão e de bexiga. E os fumantes passivos também são diretamente afetados.
“Em quase 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. O cigarro contém mais de 7 mil substâncias químicas diferentes, das quais mais de 70 são cancerígenas. Por isso a campanha Agosto Branco está alinhada ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, que ocorre no dia 29 de agosto”, salienta a médica.
Gisélia alerta que é importante atentar para o uso dos cigarros eletrônicos, pois há grande suspeita de que também causem câncer de pulmão, já que eles possuem capacidade de promover a dependência de nicotina ainda maior do que o cigarro comum, além de causar, em curto prazo, danos respiratórios e cardiovasculares.
Desafios do diagnóstico
Apenas uma pequena parcela dos casos de câncer de pulmão é diagnosticada nas fases iniciais. Na maioria das vezes, o câncer de pulmão não apresenta nenhum sintoma nas fases iniciais, ou os sintomas podem ser confundidos com outras doenças, como pneumonia, bronquite, enfisema pulmonar, entre outras.
Os sintomas costumam aparecer já em estágio avançado da doença, sendo os mais comuns a tosse, muitas vezes com sangue; dor e chiado no peito; rouquidão; piora da falta de ar e perda de peso sem causa aparente.
Para pessoas com mais de 50 anos que fumam ou ex-fumantes – que consumiam pelo menos 20 maços por ano e pararam nos últimos 15 anos – é indicado fazer anualmente uma tomografia de baixa dose de radiação, como método de rastreamento dos tumores de pulmão.
“Essas pessoas possuem risco aumentado para o câncer de pulmão. O objetivo do exame de rastreamento é identificar o câncer de pulmão em estágios iniciais, que são curáveis, na grande maioria das vezes”, destaca a médica.