O que você precisa saber sobre o eclipse anular do sol de outubro de 2023
Programa Ciência no Rádio é uma parceria ON-Rádio MEC e vai ao ar todas às quartas-feiras às 7h10 da manhã.
O que você precisa saber sobre o eclipse anular do sol de outubro de 2023 - Imagem: Divulgação
No dia 14 de outubro de 2023, os olhos do mundo estarão voltados para o céu para observar um deslumbrante espetáculo: o eclipse anular do sol. Este fenômeno astronômico ocorre quando a lua se alinha entre a Terra e o sol, cobrindo a maior parte do disco solar e deixando apenas um "anel de fogo" brilhante ao redor da borda.
A ocorrência deste eclipse é o assunto da próxima edição do programa Ciência no Rádio, parceria do ON com a Rádio MEC. O programa conversa com a astrônoma do Observatório Nacional, Dra. Josina Nascimento. Ela é bacharel em física pela UFRJ, com mestrado e doutorado na área de Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE/UFRJ. Servidora do Observatório Nacional (ON/MCTI), atualmente é gestora da Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência (DICOP).
Conforme explica Josina, um eclipse anular do sol é um fenômeno astronômico em que a lua se alinha entre a Terra e o sol, cobrindo a maior parte do disco solar, mas deixando apenas um "anel de fogo" brilhante ao redor da borda. Já um eclipse total do sol ocorre quando a lua cobre completamente o disco solar, deixando apenas a coroa solar visível. A principal diferença é que no eclipse anular a Lua está mais distante da Terra e seu diâmetro aparente não fica exatamente igual ao diâmetro aparente do Sol.
“Tanto no eclipse total quanto no anular a lua está alinhada entre a Terra e o sol, bloqueando toda ou a maior parte da luz do sol em uma parte da superfície da Terra. A sombra mais escura, onde toda a luz solar é bloqueada, é chamada umbra. Em torno da umbra se define a sombra mais clara, a penumbra, onde a luz solar é parcialmente bloqueada e o eclipse é visto como parcial”, explica a astrônoma.
Esse tipo de eclipse ocorre quando a lua está em seu apogeu, o ponto mais distante de sua órbita da Terra. Nesse momento, a lua parece menor do que o sol no céu, o que permite que o "anel de fogo" seja visível durante o eclipse.
Os eclipses anulares do sol não são raros, a questão é que é visível como anular em apenas uma faixa estreita da Terra. E numa faixa maior é visto como parcial. O mesmo ocorre com os eclipses totais do sol.
O último eclipse anular do Sol ocorreu em junho de 2021, mas não foi visível do Brasil. No ano que vem teremos um eclipse total do Sol visível como total nos Estados Unidos e depois teremos em 2 de outubro um eclipse anular do sol visível como anular no extremo sul da América do Sul. Somente em 6 de fevereiro de 2028 haverá um outro eclipse anular visível no Brasil e a faixa de anularidade passará somente pela região norte brasileira.
Segundo Josina, este eclipse anular do sol de 14 de outubro será visível como parcial em todo o Brasil. Será visível como anular em uma faixa de terra que passa pelos estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
Quanto mais distante da faixa de anularidade estiver o observador, menor será a parte do sol encoberta pela Lua.
No Rio de Janeiro será visível somente como parcial, tendo início às 15h43. O máximo do eclipse ocorre às 16h51 e o evento termina às 17h50 – totalizando 2 horas e 7 minutos de eclipse.
Por fim, Josina observa que em hipótese alguma se deve olhar diretamente para o sol, nem mesmo com o uso de películas de raio-x, óculos escuros ou outro material caseiro. A exposição, mesmo de poucos segundos, danifica a retina de modo irreversível. Para olhar diretamente para o sol somente com o uso de filtros solares apropriados:
“Nunca use um telescópio, pois o dano será imediato e também irreversível. Somente se pode usar telescópio apropriado, com filtro apropriado e sob supervisão de profissionais. Uma outra forma é a projeção, ou seja observação indireta. É bem fácil construir um aparato. Pode-se simplesmente usar um pedaço de papelão, como por exemplo uma tampa de caixa de pizza, e fazer um furo no meio. Coloca-se um papel branco no chão e direciona-se o furo para a direção do sol. O eclipse é visto tranquilamente no papel no chão. Há uma série de construções interessantes para a observação indireta. Nós vamos divulgar vários vídeos com essas orientações a partir de meados de setembro.”
O Observatório Nacional vai transmitir o eclipse anular do Sol em uma edição do evento virtual "O céu em sua casa: observação remota". Essa é uma ótima opção para as pessoas acompanharem o evento com segurança.
Confira abaixo a lista de transmissões do "O céu em sua casa: observação remota" dos últimos eclipses:
Eclipse Solar Híbrido – abril de 2023
Eclipse parcial do Sol – outubro de 2022
Eclipse parcial do Sol – abril de 2022
Eclipse Anular do Sol – junho de 2021
Sobre o Programa Ciência no Rádio
O programa Ciência no Rádio é resultado de uma parceria do Observatório Nacional (ON) com a Rádio MEC, criada em 2015 para levar ao público informações científicas ligadas às três áreas de atuação do ON: astronomia e astrofísica, geofísica, metrologia em tempo e frequência. São mais de 300 programas ao longo desses anos! E todos estão disponíveis em nosso site Clique aqui para ouvir.
Em maio de 2021, o "Ciência no Rádio" passou a ser transmitido também por outras frequências, alcançando São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília, além do Rio de Janeiro. Além disso, passou a ser disponibilizado um contato de WhatsApp para que o ouvinte possa interagir com sugestões de temas para o programa: (21) 99710-0537.
Não perca! Na 4ª feira, dia 06 de setembro, às 7h10min!
Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.