Outubro Rosa: conheça os fatores de risco e sintomas do câncer de mama
Dr. José Amaral, mastologista - Foto: Obará Comunicação Integrada
O câncer de mama é a doença oncológica mais letal que atinge as mulheres em todo o mundo. Devido à alta incidência, este mês é dedicado à campanha Outubro Rosa, que promove a circulação de conhecimento sobre a doença, as formas de prevenção, a importância do diagnóstico precoce e as possibilidades de tratamento.
Em Sergipe, o câncer de mama é o segundo mais frequente, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A estimativa é de 570 casos anuais a cada 100 mil habitantes, sendo cerca de 200 desses casos em mulheres que residem na capital.
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. José Amaral, médico mastologista cooperado da Unimed Sergipe, comenta que há vários tipos de câncer de mama. “Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente”, detalha.
Apesar da incidência elevada, as chances de cura são altas, quando o tumor é identificado no estágio inicial. “A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, apresenta bom prognóstico”, salienta o mastologista. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para garantir os melhores resultados do tratamento.
Fatores de risco
Amaral destaca que alguns fatores aumentam a possibilidade de desenvolvimento dos tumores mamários, sendo a idade o mais relevante deles. “A cada cinco mulheres diagnosticadas, cerca de quatro estão acima dos 50 anos”, informa o médico.
O conjunto de fatores que influencia o aparecimento do câncer de mama envolve questões hereditárias, como casos de câncer na família e alterações genéticas; causas ambientais e comportamentais, que incluem obesidade e sobrepeso, sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e exposição frequente à radiação ionizante.
Têm influência também os fatores da história reprodutiva e hormonal da mulher, como primeira menstruação antes de 12 anos, não ter tido filhos, primeira gravidez após os 30 anos, menopausa após os 55 anos, uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona), e ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.
“A presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher terá necessariamente a doença, eles apenas potencializam a probabilidade de desenvolvimento de tumores mamários e em outras regiões do corpo”, enfatiza o médico.
De acordo com o especialista, as pesquisas recentes indicam que cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como: praticar atividade física, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de cigarro, além de amamentar o bebê o máximo de tempo possível.
Sinais de alerta
O principal sintoma do câncer mamário, na fase inicial, é a presença de um caroço fixo, geralmente indolor na mama, estando presente em cerca de 90% dos casos e, muitas vezes, esse nódulo é percebido pela própria mulher.
Outros sinais e sintomas que podem indicar o câncer de mama são: pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito; pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.
Esses sinais ou qualquer sintoma de anormalidade na mama devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de câncer. “É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal, seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano, mesmo sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias”, orienta José Amaral.
Em caso de permanecerem as alterações, é crucial procurar logo os serviços de saúde para avaliação diagnóstica. “A postura atenta das mulheres em relação à saúde mamária é fundamental para a detecção precoce do câncer da mama”, alerta o mastologista.