Próstata aumentada: entenda o problema que afeta homens a partir de 40 anos
Doença benigna provoca o aumento da próstata e alterações no sistema urinário.
Condição comum que afeta a próstata, a Hiperplasia Benigna da Próstata (HPB) é uma doença benigna comum em homens a partir dos 40 anos caracterizada pelo aumento da próstata e, consequentemente, pela obstrução do canal urinário. As causas ainda são desconhecidas, mas sabe-se que o avanço da idade e as alterações hormonais são fatores determinantes. No Brasil, a doença ainda é pouco conhecida, mas há dados que indicam o aumento de casos. Cenário que tem levado especialistas a intensificarem ações de conscientização para que os homens busquem os urologistas.
Dr. Diego Marques, médico urologista com especialização em uro-oncologia - Foto: NV Comunicação
A próstata, conforme explicações do especialista, é uma glândula do sistema reprodutor masculino que envolve a uretra, o canal que transporta a urina da bexiga para fora do corpo. Segundo ele, com o avanço da idade, a próstata pode aumentar de tamanho, comprimindo a uretra e causando problemas no sistema urinário. “Os sintomas mais comuns são jato urinário fraco ou interrompido, necessidade de urinar frequentemente, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, necessidade de levantar à noite para urinar, dificuldade para iniciar a micção e gotejamento após a micção e jato urinário interrompido”, pontuou.
Homens a partir dos 40 anos de idade já podem ser acometidos pelo aumento benigno da próstata, índice que chega a quase 90% dos homens na oitava década de vida. É por isso que cuidar da saúde, sobretudo, manter visitar regulares anuais ao urologista é tão importante. “A prevenção direta não existe, mas é preciso que os homens cuidem da saúde buscando um urologista. Caso ele apresente os sintomas da doença, é fundamental uma avaliação médica para o início do tratamento, evitando, desta forma, a progressão da doença e os riscos de obstrução total do trato urinário”, ressalta o especialista.
Diagnóstico e tratamento
De acordo com o Dr. Diego Marques, o diagnóstico é realizado através da história clínica do paciente, com questionários padronizados mundialmente. “Há também o exame de toque retal, assim como os exames complementares, a exemplo da dosagem sérica do antígeno prostático específico (PSA), sumário de urina, ultrassonografia do aparelho urinário e da próstata, além do exame de urofluxometria que estuda o jato urinário”, esclarece.
O tratamento é sedimentado em três pilares: comportamental, medicamentoso e cirúrgico. A modalidade vai depender da estratificação de sintomas e consequências orgânicas. “Em alguns casos, sobretudo, quando não há sintomas, existe a opção de somente observar e monitorar a saúde do paciente por meio de check-up regular. Mas também há situações em que é necessário o uso de medicamentos e, em casos mais graves, as intervenção cirúrgicas”.
Mitos
Embora seja preocupante, a hiperplasia prostática benigna não causa câncer nem aumenta o risco de ter câncer de próstata. “Ao contrário da hiperplasia prostática benigna, o câncer de próstata causa um aumento muito lento do tamanho da glândula e normalmente surge na zona periférica, de maneira que os sintomas só se manifestam em estágios mais avançados. Somente na consulta com o urologista é possível diferenciar se esse aumento pode ser de uma neoplasia maligna ou aumento benigno da próstata. Para isso, utilizamos alguns refinamentos do PSA, histórico clínico do paciente, exame retal da próstata e outros exames como a ressonância multiparamétrica da próstata para poder ajudar no possível diagnóstico”, detalha.
O aumento do tamanho da próstata também não causa diretamente disfunção erétil. “Ambas as condições são mais comuns em homens mais velhos, sendo possível que um homem possa ter tanto a HPB quanto a DE simultaneamente. No entanto, isso não significa necessariamente que uma condição seja a causa direta da outra. Estudos mostram que homens com HPB têm maior probabilidade de apresentar sintomas de disfunção erétil do que aqueles sem HPB. No entanto, é importante ressaltar que a HPB em si não causa diretamente a impotência sexual”, finaliza.