Nanopartículas de prata a partir da natureza: doutoranda desenvolve tecnologia inovadora
Camilla Valença, doutoranda em Biotecnologia Industrial, busca transformar resíduos em produtos com valor agregado.
Camilla Valença, doutoranda em Biotecnologia Industrial - Foto: Arquivo Pessoal
"Minha pesquisa foca em microbiologia aplicada ao desenvolvimento de produtos. Estou trabalhando no desenvolvimento de nanopartículas de prata, provenientes de uma bactéria isolada da Praia da Atalaia. Essas nanopartículas têm potencial antimicrobiano, podendo ser aplicadas em produtos com essa finalidade”, reforça.
As nanopartículas de prata são conhecidas por suas propriedades antimicrobianas, podendo aniquilar bactérias e outros microrganismos. Camilla acredita que essas nanopartículas podem ter aplicações além de cosméticos e medicamentos, podendo ser uma arma na luta contra a poluição da água e do ar.
Ela destaca o impacto social de sua pesquisa, indicando que pode transformar contaminações nas areias das praias, normalmente consideradas prejudiciais, em produtos valiosos. Essa abordagem não apenas abre portas para novos empreendimentos, mas também promete gerar empregos em larga escala.
“O impacto que minha pesquisa pode gerar na sociedade é o de converter algo que normalmente é considerado como maléfico, no caso as contaminações presentes nas areias de praia, em um produto de valor agregado potencial para ser vendido e também em escala industrial para gerar novos empregos na produção”, reforça.
O papel do ITP
O Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) serve como um alicerce crucial para os estudos de Camilla. "Fazer parte do Laboratório de Biologia Molecular dentro do ITP, aliado ao Programa de Biotecnologia Industrial, dá um peso significativo ao trabalho desenvolvido. Estamos em um programa conceituado com nota 6 pelo MEC, o que confere uma relevância nacional ao nosso esforço", destaca a pesquisadora.
A trajetória acadêmica de Camilla, impulsionada pela Universidade Tiradentes, desde seus primeiros passos na iniciação científica até os estudos mais avançados, destaca o papel vital da multidisciplinaridade na ciência. Sua ambição não se limita apenas ao avanço pessoal; ela almeja inspirar a próxima geração de pesquisadores e cientistas.
"Foi dentro da Universidade, através das iniciativas como iniciação científica e monitoria, que descobri minha vocação. Decidi pela carreira da pesquisa e acadêmica por acreditar que a ciência tem a capacidade de resolver todos os problemas de diversas maneiras e em diferentes áreas, principalmente através da multidisciplinaridade", compartilha.