Justiça Federal autoriza Associação de Sergipe a fornecer Flor de Canabis Terapêutica
Segundo reportagem da jornalista Karla Suzane, os pacientes Cleiton e Suziane fazem uso diário de remédio à base de canabis - Foto: reprodução Jornal Nacional
Pacientes sergipanos terão acesso, mediante prescrição médica, ao uso terapêutico da flor de canabis para tratamento de doenças como Epilepsia, Sindrome do Espectro Autista, distúrbios e outras doenças.
O Jornal Nacional, maior noticiário televisivo do Brasil, noticiou uma decisão inédita da Justiça Federal que autorizou uma associação de Sergipe a fornecer a flor da canabis medicinal para o tratamento.
Segundo reportagem da jornalista Karla Suzane, os pacientes Cleiton e Suziane fazem uso diário de remédio à base de canabis.
"Mãe e filho têm epilepsia e também tratam o transtorno do espectro autista.
"Nossa qualidade de vida, tanto minha quanto do Cleiton, melhorou muito. Nossa alimentação melhorou muito. A minha socialização melhorou muito graças a esse óleo" comemora Suziane.
"Essas gotas estão tratando doenças, transtornos, distúrbios e sintomas de milhares de pacientes. O medicamento é à base do canabidiol, uma substância extraída da planta da maconha", relata jornalista.
Especialistas aprovam a liberação
"A terapia canabinóide ajuda demais. Então, é uma infinidade. Cada dia mais, são feitos novos estudos, novas pesquisas, demonstrando um aumento maior no efeito terapêutico dos canabinóides", atesta a médica generalista Carla Verena Carvalho.
A reportagem informa ainda que, em 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária reclassificou o canabidiol, que saiu da lista de substâncias proibidas para controladas. Mas o remédio só pode ser fornecido por associações autorizadas pela Anvisa.
A reportagem de Karla Suzane revela que, no Brasil, apenas nove associações que defendem o uso da canabis para fins medicinais têm autorização para fornecer o canabidiol em forma de óleo para pacientes com laudo e receita médica.
"Mas uma decisão judicial inédita no Brasil permite que uma associação de Sergipe forneça também a flor da canabis. Com a decisão, que vale apenas pra Sergipe, a associação vai poder plantar e fornecer a flor da canabis in natura para os associados com a indicação médica", diz a repórter.
Hoje, no Brasil, pacientes de outras associações precisam importar o produto com pedido médico e autorização da Anvisa.
Além de beneficiar os pacientes, a decisão judicial foi comemorada pelo representante da associação.
"Nós não vimos e não vemos até hoje uma lógica concreta e real que não seja beneficiar o mercado internacional por algum motivo - que não nos cabe comentar aqui - mas que não houvesse a autorização para que as associações também produzissem e também fornecessem porque se há como regulamentar o mercado internacional, há como regulamentar o mercado interno", analisou Paulo Thiessen, Advogado e vice-presidente da associação.
Por Eliz Moura - Reprodução do Jornal Nacional