Aracaju (SE), 25 de novembro de 2024
POR: Ascom Unit
Fonte: Ascom Unit
Em: 09/04/2024 às 09:30
Pub.: 09 de abril de 2024

Ansiedade ou transtorno de ansiedade: entenda a diferença

A distinção entre ansiedade e transtorno de ansiedade requer uma avaliação por um profissional de saúde mental. No entanto, as duas condições podem prejudicar a qualidade de vida profissional, social e afetiva da pessoa

Estima-se que aproximadamente 284 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de transtornos de ansiedade - Foto: Arquivo Pessoal/Ascom Unit

Estima-se que aproximadamente 284 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de transtornos de ansiedade - Foto: Arquivo Pessoal/Ascom Unit

Nos dias atuais, o termo "ansiedade" tem sido amplamente utilizado para descrever uma variedade de emoções, desde um desconforto leve até sentimentos avassaladores que impactam significativamente a qualidade de vida. No entanto, distinguir entre a ansiedade normal e o transtorno de ansiedade é essencial para oferecer intervenções adequadas e eficazes. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que aproximadamente 284 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de transtornos de ansiedade, tornando-o um dos problemas de saúde mental mais comuns globalmente.  

A psicóloga e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Jamile Teles, explica que a ansiedade é uma emoção natural presente em todos os indivíduos, pois atua como um mecanismo de defesa e alerta. “A ansiedade nos prepara para eventos futuros. É a incerteza em relação ao futuro que gera ansiedade, sendo o medo a emoção base dessa condição”, esclarece. 

Os sintomas geralmente incluem:
- Batimentos cardíacos acelerados; 
- Respiração ofegante;
- Tremores nas extremidades; 
- Desconforto abdominal; 
- Boca seca; 
- Sudorese; 
- Mudanças na pressão sanguínea;
- Foco constante em um único tema.  

Segundo Jamile, a ansiedade e o medo passam a ser considerados patológicos quando se tornam excessivos, desproporcionais em relação ao estímulo e interferem na qualidade de vida, conforto emocional ou no desempenho diário do indivíduo. “Uma maneira prática de diferenciar entre a ansiedade normal e a patológica é avaliar se a reação ansiosa é breve, autolimitada e está relacionada ao estímulo do momento. Por isso, é crucial estar atento aos sintomas, sua frequência e intensidade”, orienta.

Sinais de alerta 

A distinção entre ansiedade e transtorno de ansiedade requer uma avaliação por um profissional de saúde mental. No entanto, em geral, o transtorno de ansiedade pode prejudicar a qualidade de vida profissional, social e afetiva da pessoa. “Por isso, é essencial observar se a ansiedade está impedindo você de realizar atividades importantes ou prazerosas que antes eram realizadas sem dificuldades. Nestes casos, pode ser necessário acompanhamento médico e psicológico”, alerta Jamile.  

Jamile também destaca a importância de buscar ajuda profissional caso ocorram frequentemente sintomas físicos ou emocionais como: 
- Pensamentos negativos repetitivos; 
- Insônia; 
- Preocupações e medos exagerados; 
- Incapacidade de controlar pensamentos negativos; 
- Angústia, falta de ar e dor no peito; 
- Batimentos cardíacos acelerados, entre outros.  

Critérios e diagnósticos 

Profissionais da saúde possuem protocolos para identificar sinais e sintomas relacionados à ansiedade, além de utilizarem instrumentos como escalas, questionários e testes psicológicos para mensurar o nível de ansiedade do paciente. As diferenças nos impactos da ansiedade normal e do transtorno de ansiedade na vida cotidiana e no bem-estar emocional são relevantes. “A ansiedade se torna patológica quando afeta significativamente a vida do indivíduo, por exemplo: evitando sair de casa, faltando ao trabalho ou apresentações públicas. Durante crises de ansiedade, é comum ter crenças centrais de incapacidade como 'não sou capaz' ou 'não vou conseguir'", observa.  

O tratamento para o Transtorno de Ansiedade envolve diferentes abordagens:
- Psicoterapia 
- Mudanças nos hábitos: alimentação, sono, atividade física;
- Em casos específicos, uso de medicamentos;
- Abordagens comportamentais (treinamentos, dessensibilização a estímulos ansiogênicos).  

A ansiedade comum geralmente requer acompanhamento psicológico e mudanças nos hábitos. “É fundamental compreender a saúde mental em sua totalidade. Apenas a psicoterapia pode não ser suficiente para controlar a ansiedade; estratégias como atividade física regular, meditação e identificação dos pensamentos para controle são essenciais. Além disso, considerar o contexto no qual a pessoa está inserida - como insegurança social, desemprego ou ameaças domésticas - pode ser crucial para a saúde mental do indivíduo”, ressalta.  

Alguns métodos eficazes para lidar com a ansiedade incluem:
- Estimular os 5 sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar) para mudar o foco durante crises; 
- Praticar respiração diafragmática (respiração quadrada);
- Registrar pensamentos;
- Realizar atividades físicas;

Papel da Psicoterapia 

A psicoterapia possibilita o autoconhecimento ao ajudar os pacientes a reconhecer suas qualidades, dificuldades e limitações. Esse autoconhecimento contribui para o equilíbrio emocional e melhora na qualidade de vida. “Durante as sessões terapêuticas, pacientes com quadros de ansiedade aprendem sobre as causas do problema, identificam os gatilhos que desencadeiam a ansiedade e conseguem gerenciar melhor suas emoções ao reconhecerem os sinais precursores das crises”, recomenda.


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