Enchentes elevam o risco de doenças infecciosas: prevenção é essencial
Eventos climáticos no Rio Grande do Sul ressaltam a urgência de medidas preventivas e atendimento médico adequado
Fabrizia Tavares- médica infectologista, professora da Universidade Tiradentes - Foto: Acervo pessoal
As doenças mais comuns em situações de enchentes incluem leptospirose, causada por uma bactéria presente na urina de ratos; hepatite A, transmitida pelo contato com alimentos ou água contaminados; tétano, uma infecção bacteriana que entra no organismo por feridas e pode causar rigidez muscular e até mesmo a morte; doenças diarreicas, causadas por vírus e bactérias, que podem levar à desidratação grave, especialmente em crianças e idosos; e doenças respiratórias como pneumonia.
“É fundamental estabelecer um fluxo de atendimento que atenda à complexidade de cada caso, também de maneira emergencial. Essa abordagem não só facilita o acesso imediato aos cuidados necessários, mas também garante que os pacientes recebam o tratamento adequado conforme a gravidade de sua condição”, explica a médica infectologista e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Fabrizia Tavares.
Sintomas e medidas preventivas
Essas infecções geralmente apresentam sintomas como febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, fraqueza, e sintomas respiratórios como tosse e dor de garganta. “É extremamente importante que as pessoas procurem atendimento médico imediatamente ao perceberem esses sintomas, para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento adequado. Além disso, buscar orientação profissional pode evitar complicações e promover uma recuperação mais rápida e eficaz”, destaca.
Crianças, idosos, gestantes, pessoas com imunodeficiências e aqueles com doenças crônicas nos pulmões, rins, coração e condições metabólicas têm maior risco de complicações e morte. Esses grupos devem receber atenção prioritária nos esforços de assistência médica emergencial. “A vulnerabilidade desses grupos torna essencial sua priorização nos atendimentos de saúde emergenciais”, enfatiza a infectologista.
Para reduzir o impacto das doenças após enchentes, Tavares recomenda a instalação de hospitais de campanha e medidas preventivas como a atualização da carteira vacinal e a educação em saúde. “A atualização vacinal é fundamental, abrangendo hepatites virais, tétano, gripe e doenças exantemáticas, entre outras. É também necessário fornecer orientações práticas de higiene, saneamento básico e detecção precoce de sintomas”, recomenda.