Extração dos sisos: Especialista esclarece dúvidas comuns sobre o procedimento
Dr. Breno Barbosa - Foto: Arquivo pessoal
Últimos molares a nascer, os dentes sisos são temidos por muita gente porque na maioria das vezes chegam acompanhados de muita dor e incômodo. Eles aparecem na adolescência ou no início da vida adulta e, ao contrário do que muitos pensam, nem sempre precisam ser extraídos. Por isso, é imprescindível a consulta com um cirurgião-dentista para que ele analise o caso e ateste ou não a necessidade de removê-los.
O cirurgião Breno Barbosa, especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, explica que a extração dos sisos é recomendada nos casos em que esses dentes comprometem a saúde bucal ou afetam os demais dentes. "As razões mais comuns para a remoção dos sisos incluem o desenvolvimento de cistos ou outras lesões, além de cáries ou desgastes nos dentes vizinhos, causadas pela proximidade entre eles", disse.
Para o cirurgião bucomaxiliofacial, é essencial escolher um profissional qualificado e que passe segurança para realizar o procedimento. "Eu sempre digo que os pacientes precisam observar o currículo e expertise do cirurgião-dentista, verificar a estrutura e qualidade dos materiais, e a partir daí, confiar no profissional. No consultório, por exemplo, oferecemos uma estrutura completa desde os equipamentos de ponta utilizados nas cirurgias ao monitoramento contínuo dos sinais vitais dos pacientes”, orientou Breno Barbosa.
Procedimento
A extração dos sisos é realizada por um cirurgião-dentista ou por um especialista cirurgião bucomaxilofacial sob anestesia local. Durante o pós-operatório o paciente pode sentir o local da extração um pouco dolorido, mas para aliviar o desconforto, o dentista receita algumas medicações, para controle da inflamação e dor. Para uma boa recuperação, é preciso seguir todas as recomendações do dentista a respeito do pós-operatório.
“A consulta pré-operatória é fundamental pois é nesse momento que explicamos todos os cuidados necessários tanto durante a cirurgia quanto no pós-operatório. Nessa consulta inicial, oriento o paciente sobre as precauções que devem ser tomadas, como respeitar o repouso, evitar esforço físico, manter a cabeceira ligeiramente elevada e evitar cuspir. Dessa forma, o paciente chega no dia da cirurgia ciente de que precisará de um ou dois dias dedicados ao pós-operatório para garantir uma recuperação adequada”, explicou o especialista em Cirurgia e Traumatologia.
Apesar de o procedimento gerar medo e ansiedade em algumas pessoas, estudos apontam que as intercorrências são raras e acontecem apenas em 1% a 5% dos casos. Mas, quando acontecem, a orientação é procurar de maneira imediata o cirurgião que realizou o procedimento.
“Em caso de qualquer intercorrência é fundamental que o paciente entre em contato o mais rápido possível com o cirurgião que realizou o procedimento para garantir um acompanhamento adequado, especialmente em situações que exijam atenção. Posso afirmar que a porcentagem de complicações é realmente baixa. No entanto, é importante lembrar que qualquer procedimento realizado sem cuidado, sem segurança e sem um acompanhamento adequado no pós-operatório pode apresentar problemas”, alertou o cirurgião bucomaxilofacial.
Atualmente, existem técnicas que simplificam o procedimento, minimizando o trauma cirúrgico, bem como as complicações do pós-operatório. “Temos utilizado técnicas cirúrgicas menos invasivas, com isso, reduzimos o tamanho das incisões, preservamos mais o osso e evitamos força durante a extração. Uma vez que o cirurgião toma esses cuidados, menor o trauma cirúrgico, menor o edema no rosto, e reduz o sangramento no pós-operatório”, finalizou.
Sobre Breno Barbosa
Graduado pela Universidade Tiradentes (UNIT) e especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Dr. Breno Barbosa é mestre e doutorando em Odontologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Foi coordenador do curso de Odontologia no Centro Universitário Ages (Paripiranga/BA) e, atualmente, é coordenador e professor do curso de pós-graduação (aperfeiçoamento) em Cirurgia Oral no Instituto Gois Aguiar e professor do curso de Cirurgia Oral do Centro de Aperfeiçoamento Profissional (CAP), ambos em Aracaju/SE.
Também é cirurgião bucomaxilofacial do Centro de Tratamento Ortofacial (CTO) e do Serviço de Urgência do Hospital Unimed, onde atua em conjunto com os cirurgiões Dr. Lucas Guerzet e Dr. Mark Jon, na realização de diversos procedimentos, em especial, cirurgias ortognáticas e artroscopia da articulação temporomandibular (ATM).