Aracaju (SE), 18 de setembro de 2025
POR: Júlia Fialho
Fonte: Júlia Fialho
Em: 18/09/2025
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Divórcio e filhos: o papel do planejamento familiar na proteção emocional :: Por Júlia Fialho

Júlia Fialho - Foto: Acervo pessoal

O fim de um casamento não precisa ser o início de uma guerra, em muitos processos de divórcio o que se presencia é uma atmosfera de confronto, onde ressentimentos e disputas se sobrepõem ao diálogo. Nesse cenário, os filhos acabam sendo os mais prejudicados, pois são envolvidos em tensões que não são deles e expostos a impactos emocionais que podem se prolongar por toda a vida.

Entretanto, o divórcio pode ser conduzido com respeito, maturidade e foco no que realmente importa: os filhos. Quando os pais compreendem que a separação conjugal não encerra a responsabilidade parental, é possível transformar esse momento em uma reorganização familiar saudável para os filhos.

O que é o planejamento familiar no divórcio?

Planejar o divórcio não significa apenas dividir bens ou definir pensão. É pensar, com responsabilidade, em como a nova configuração familiar vai funcionar na prática, especialmente para os filhos. O planejamento familiar envolve acordos claros sobre guarda, convivência, rotina, saúde, educação e até vínculos com familiares como avós, tios e primos.

Esse cuidado evita que decisões importantes fiquem soltas ou sejam tomadas em meio a conflitos. Quando tudo é pensado com antecedência, os filhos ganham estabilidade, segurança emocional e a chance de continuar se desenvolvendo com apoio dos dois lados da família.

O que pode ser decidido no planejamento familiar?

O planejamento familiar no divórcio é uma forma de garantir que os filhos continuem recebendo cuidado, atenção e estabilidade, mesmo com a separação dos pais. Ele vai muito além da pensão alimentícia, trata-se de organizar a vida dos filhos com responsabilidade e afeto. É possível, por exemplo, definir:

Qual escola o filho vai frequentar e como será o acompanhamento escolar, incluindo a participação dos pais em reuniões e decisões pedagógicas.

Quais atividades extracurriculares serão mantidas, como esportes, cursos e lazer.

Como será o cuidado com a saúde física e mental, incluindo consultas médicas, terapias e acompanhamento psicológico.

Como será a convivência com familiares maternos e paternos, não apenas em feriados, mas de forma contínua e afetiva.

A divisão dos dias nas férias escolares, garantindo equilíbrio e tempo de qualidade com ambos os pais.

O tipo de guarda — compartilhada, alternada ou unilateral — sempre com foco no melhor interesse da criança.

A convivência dos pais com os filhos no dia a dia e em datas comemorativas, como aniversários, Natal, Dia das Mães e dos Pais.

Conclusão:

Diante de tantas decisões importantes, é fundamental contar com o apoio de um advogado que vá além da simples divisão de bens. O profissional do direito pode, e deve, atuar como facilitador de acordos que tragam estabilidade, segurança e proteção emocional aos filhos.

Planejar o divórcio com responsabilidade é um gesto de cuidado. E quando esse planejamento é feito com orientação jurídica adequada, os pais têm mais clareza, equilíbrio e condições de construir uma nova dinâmica familiar sem causar danos emocionais às crianças.

Separar-se como casal não significa romper como família. Com diálogo, maturidade e apoio profissional, é possível transformar o fim de uma relação conjugal em um recomeço saudável para todos, especialmente para os filhos.

Júlia Fialho - Advogada membra do TMatos Advogados Associados, especializada na área Civil com enfoque em Direito de Família.

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