ESTE NÃO É O MEU PAÍS :: Por José Lima Santana
José Lima Santana* - jlsantana@bol.com.br
José Lima Santana durante sessão especial em homenagem à CNEC - Foto: Imagem pessoal
O país de quem funda empresas que deveriam fomentar o progresso e o desenvolvimento com sustentabilidade, abrir postos de trabalho, construir, prestar serviços, fornecer bens ao poder público ou diretamente à sociedade, mas que acabam corrompendo pessoas públicas sem caráter. Não. Este não é o meu país.
Um país que continua sangrando muitos dos seus filhos e filhas através da injustiça, da impunidade e da exploração do homem pelo homem. Não. Este não é o meu país.
Um país que não mostra vontade férrea para combater o tráfico de armas e drogas, dois malefícios que atormentam a vida nas comunidades e atingem a sociedade como um todo. Não. Este não é o meu país.
Um país em que parte da população endeusa certas pessoas da vida política, que, todavia, acabam se enroscando nas maiores patifarias, a despeito do que possam ter feito de “bom” para determinados segmentos sociais. Não. Este não é o meu país.
Um país que ainda dá abrigo a políticos nojentos que se apresentam (ou se apresentavam) como possíveis salvadores da Pátria, deste ou daquele partido, porém, se atolam no mar de lama da mais deslavada corrupção. Não. Este não é o meu país.
Um país que assiste de camarote a violência doméstica contra muitas de suas mulheres, e que nem mesmo uma Lei específica consegue minorar a selvageria de homens covardes. Não. Este não é o meu país.
Um país no qual a intolerância religiosa parece crescer em pleno século XXI, como se estivéssemos na Idade Média. Não. Este não é o meu país.
Um país em que as discriminações e a intolerância ainda fervilham em muitas cabeças. Não. Este não é o meu país.
Um país que não consegue garantir dignidade às pessoas, como moradia, terra para plantar, alimentação, saneamento básico, saúde, segurança, educação e tudo o mais que pode fazer da vida um encanto. Não. Este não é o meu país.
Um país cuja esfera federal é a dona da grande maioria dos recursos financeiros arrecadados, impondo ao povo uma das maiores cargas tributárias do mundo, e fazendo com que estados e municípios vivam à míngua. Não. Este não é o meu país.
Um país em que a prestação de muitos serviços públicos é feita de forma deficitária e vergonhosa, por vezes com terceirização superfaturada. Não. Este não é o meu país.
Um país no qual um presidente da República “compra” o voto de muitos parlamentares, que, por sua vez, se deixam “comprar” para que a impunidade se vá tecendo cada vez mais numa rede insana e miserável. Não. Este não é o meu país.
O MEU PAÍS É AQUELE QUE CONTINUA A POVOAR OS MEUS SONHOS E OS SONHOS DAQUELES QUE RESISTEM A TUDO QUE NÃO SERVE AO PAÍS E AO SEU POVO.
Mas, de onde poderá emergir esse país? DA CONSCIÊNCIA DAS PESSOAS, ORNAMENTANDO AS URNAS.
*PADRE. ADVOGADO. PROFESSOR DA UFS. MEMBRO DA ASL DA ASLJ E DO IHGSE
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