Aracaju (SE), 23 de novembro de 2024
POR: José Lima Santana
Fonte: José Lima Santana
Em: 26/10/2018 às 23:03
Pub.: 29 de outubro de 2018

EDUCAÇÃO E ÉTICA :: Por José Lima Santana

José Lima Santana* - jlsantana@bol.com.br

José Lima Santana (Foto: Arquivo pessoal)

José Lima Santana (Foto: Arquivo pessoal)

O mundo inteiro parece desarrumado. Na sociedade líquida, como disse o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em janeiro de 2017, aos 91 anos, tudo parece ser possível, pois tudo é feito para não durar. O relativismo ganha corpo cada vez mais. Ruíram, para muitos, as estruturas éticas que moldaram a civilização ocidental por muitos séculos. 

A educação institucional tornou-se, em alguns casos, “um Deus nos acuda”. As instituições privadas que se dedicam ao ensino em todos os níveis perderam, nalguns casos, a devida compostura. Vale dizer, perderam a ética, por completo. Para dizer no popular, jogam pesado. Alguns chegam a jogar sujo para alcançar os seus intentos. 

Eu tenho acompanhado o que vem ocorrendo em várias partes do Brasil, no que tange à falta de ética de muitas instituições educacionais, na qualidade de diretor vice-presidente de educação de uma rede de escolas sem fins lucrativos, a CNEC – Campanha Nacional de Escolas da Comunidade, criada em 1943, por Felipe Tiago Gomes, em Recife. Hoje, a CNEC tem em funcionamento 95 colégios e 18 faculdades, sendo uma delas um centro universitário, em Osório (RS). Dessa rede, eu fui aluno, professor e diretor de unidade em minha terra natal, Nossa Senhora das Dores (SE). Membro do Conselho de Associados, fui eleito, em 2015, vice-presidente de educação e novas tecnologias educacionais, cujo meu mandato vai até abril de 2019. 

Em várias cidades, pelo Brasil afora (a CNEC está presente em 18 estados da federação), a concorrência tem feito coisas absurdas para nos tomar alunos. Prometem “mundos e fundos”, agridem de forma abusada, tentam nos desqualificar, mas, nós vamos em frente. Ainda somos uma rede com cerca de 60.000 alunos, em que há escolas pequenas, médias e grandes (de 100 alunos a quase 3.000 alunos, no ensino básico, e mais do que isso, no ensino superior). Temos o nosso próprio sistema de ensino nos níveis fundamental e médio. Trabalhamos também com o ensino a distância, no nível superior, na graduação e na pós-graduação. Temos escolas com turmas completamente bilíngues. Oferecemos a dupla certificação em convênio com uma escola dos Estados Unidos. Enfrentamos de fronte erguida a concorrência desleal, mas, não fugimos dos princípios éticos que o professor Felipe nos legou. No meio das feras, nós seguimos o nosso caminho. Não titubeamos. Não nos acovardamos. Ao contrário, procuramos melhorar cada vez mais. 

Aqui, em Aracaju, a falta de ética por parte de algumas escolas privadas também é evidente. Tomamos como exemplo o que ocorre, ao menos contra o Colégio Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus, fundado e dirigido por longos anos pelo Mons. Carvalho, e, hoje, sob a direção administrativa do padre Valtewan. Tem escolas que se lançam como aves de rapina sobre os pais e mães de alunos do ARQUI, para arrancar seus filhos dessa modelar casa de ensino, que, apesar dos momentos de instabilidade pelos quais passou, continua sendo uma escola exemplar, que procura formar “bons cristãos e honestos cidadãos”, dando-lhes o ensino de qualidade que todos buscam e merecem. 

Dizem que há também pais e mães de alunos que, instigados por outras escolas, a fim de obterem descontos que podem chegar a 100% (cem por cento) do valor da mensalidade, tentam induzir outras mães e pais de alunos a mudarem de escola. Mas, há pais e mães que resistem e continuam confiando no ARQUI. Sem ética, há escolas que se “viram como podem”, isto é, da pior maneira possível, eticamente falando. O ARQUI não faz isso. Deveria fazer? 

Recentemente, ocorreu um fato interessante. Um aluno do ARQUI submeteu-se a uma seleção noutra escola particular da nossa capital. Aluno do ensino fundamental II. O menino queria testar seus conhecimentos, e não mudar de escola. E eis que ele obteve a maior pontuação dentre todos os que, de várias escolas, se submeteram à seleção. Fechou todas as provas, exceto a de Português, na qual ele deixou de acertar 4 questões, que se referiam a assuntos que para ele ainda seriam ministrados. O excelente resultado do aluno deve-se aos seus esforços, ao zelo dos pais, à dedicação de professores, coordenadores e à direção do ARQUI. Todos juntos empreendem esforços para a obtenção do melhor resultado possível. 

Pois bem. Alguém da escola que promoveu a seleção chamou os pais do aluno e lhes ofereceu “Deus e o mundo”, a fim de que o aluno migrasse para a tal escola, procurando deslavadamente desqualificar o ARQUI. Porém, como foi dito acima, o aluno queria apenas testar seus conhecimentos, ou seja, o seu aprendizado em face do ensino que o ARQUI vem lhe proporcionando, nos anos que ele tem estudado no mesmo colégio. Então, os pais recusaram a mirabolante proposta. Preferem manter o filho no ARQUI, como é, aliás, o desejo do garoto. 

No sábado, dia 20, durante a realização da “Mostra do Conhecimento”, que o ARQUI realizou, com retumbante sucesso, nas unidades do Centro e da Farolândia, a mãe do aluno em questão procurou a direção do ARQUI, para transmitir o que ocorreu com o seu filho e para dizer da proposta da outra escola e do quanto a mesma tentou desqualificar o ARQUI. Mostrou os papéis que davam conta dos resultados obtidos pelo seu filho na seleção de que participou. 

Tais resultados simplesmente demonstram o nível de excelência do ensino ministrado no Colégio Arquidiocesano, que continua a ser um dos melhores estabelecimentos de ensino particular de Sergipe, tão diferente do que inescrupulosamente dizem pessoas que trabalham em outras escolas e que tentam levar para as suas fileiras os alunos do ARQUI, mentindo para desmerecer a sua atividade pedagógica. Obviamente, cada um deve procurar “vender o seu peixe” (embora a educação não deveria ser tida como uma mercadoria), mas, deveriam “vender” com o mínimo de decência e ética. Há quem o faça, é bem verdade, ou seja, há quem atue no setor educacional privado com a devida ética. Contudo, há quem se lance no “mercado” como aves de rapina, como já foi dito, e tudo fazendo para afirmar o que disse Maquiavel: “os fins justificam os meios”. 

Quando falta a ética, o que se pode esperar? Tomemos como exemplo o que vem ocorrendo no país, nos últimos tempos. A falta de ética na vida pública nos colocou numa grande enrascada. 

Na educação deveríamos seguir os bons exemplos dos velhos mestres que, no passado, ergueram suas escolas para educar, mostrando o seu trabalho de forma digna e sem denegrir a imagem da concorrência. Cada um no seu canto mostrando os seus encantos. Que bom, se esse tempo voltasse! Como o tempo não volta, que bom se todos os educadores e administradores escolares trabalhassem com ética!

Contra a falta de ética de alguns, a resposta é o trabalho sério e digno. É o que se deve fazer. E é isso mesmo que o ARQUI faz.

*PADRE. ADVOGADO. PROFESSOR DA UFS. MEMBRO DA ASL DA ASLJ E DO IHGSE

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