NÃO ERA PARA SER ASSIM, MAS FOI :: Por José Lima Santana
José Lima Santana* - jlsantana@bol.com.br
José Lima Santana (Foto: Arquivo pessoal)
A tragédia é impressionante. Mais uma vez, além da tragédia humana, muito maior do que a resultante de Mariana, as perdas ambientais serão gravíssimas, bem como a perda de bens das pessoas.
Os governos não aprenderam. As autoridades não aprenderam. As mineradoras jamais aprenderão, pois não são cobradas devidamente como deveriam ser. A mediocridade dos órgãos e entidades que regulam, controlam e fiscalizam, ou, melhor, que deveriam fazer tudo isso em nome da decência, da ética, das leis, do respeito ao povo, haverá de continuar?
Um país em que tragédias com causas idênticas se repetem, não é mesmo um país sério. É uma pena que este é o nosso país. Não é sério, porque quem deveria dar exemplo não o faz. E o povo acaba pagando o "pato".
Aproveito o que disse uma amiga: "Se não fiscalizarem, outras catástrofes ocorrerão e os responsáveis continuarão impunes, prontos para o aumento do CAPITAL".
A ganância é desmedida. A falta de ética é incomensurável. Veremos quantos corpos serão resgatados. E quantas sepulturas mais serão abertas. "Ventres de mães rasgados no seio da terra”. Mundo perverso de homens insensatos.
A lama densa de rejeitos parecia cobrir Minas Gerais. Minas auríferas. Minas diamantíferas. Minas férrea. Minas sujeita a catástrofes. Minas Gerais entregue ao descaso. O caos sobre Minas. Posso estar usando força de expressão. Posso fazer uso de clichês, mas não dá mais para suportar tantos crimes ambientais. Quem pagará pelas vidas ceifadas? Quem...? Os governos? Os empresários? Ora, essa! Ninguém... Vidas não têm preço. O mundo há de nos condenar, mas nós mesmo deveremos nos condenar, condenando aqueles que fazem chorar centenas de famílias.
*PADRE. ADVOGADO. PROFESSOR DA UFS. MEMBRO DA ASL DA ASLJ E DO IHGSE
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