Aracaju (SE), 21 de novembro de 2024
POR: José Lima Santana
Fonte: José Lima Santana
Em: 23/10/2023 às 16:41
Pub.: 23 de outubro de 2023

NOTAS ESPARSAS :: Por José Lima Santana

José Lima Santana*

José Lima Santana - Foto: Arquivo pessoal

José Lima Santana - Foto: Arquivo pessoal

A violência no mundo vem do início dos tempos. Os primeiros hominídeos entraram em luta pela sobrevivência, umas espécies afirmando-se e outras sendo dizimadas pelas intempéries da própria vida, pelas feras e pelas mais brutais de todas as “feras”, os hominídeos. As lutas encarniçadas vararam os tempos. As guerras mataram muitos milhões de pessoas, dentre elas, inocentes, ou seja, civis que não tinham nada a ver com as lutas. 

As mídias vinham, desde fevereiro do ano passado, cobrindo a guerra estúpida (aliás, toda guerra, claro, é estúpida) entre a Rússia e a Ucrânia. No início da guerra, isto é, da invasão russa conhecidos meus daqui de Aracaju, posicionavam-se contra ou a favor de Putin. Para mim, com todo o respeito aos leitores, o Putin é um grande filho da Putin. Há outros, obviamente. Agora, por conta do Hamas, as mídias esqueceram os ucranianos e debruçam-se sobre a novidade do momento: o massacre contra os israelenses, os reféns feitos, e a resposta duríssima de Israel, que sempre responde de forma exagerada, no entendimento de alguns. A luta, agora, é diplomática, para tentar impedir que a guerra se estenda e para socorrer quem está em Gaza. Todavia, o lado bélico parece não arrefecer facilmente. Uma pena! 

As guerras religiosas nunca foram meramente guerras religiosas, mas, sim, guerras políticas, tendo como pano de fundo as religiões. A estupidez dos homens invoca o nome de Deus, para matar em nome deles próprios. O confronto entre israelenses e palestinos (e, por vezes, árabes) tem por base, também, o aspecto religioso, como, no passado, as cruzadas fizeram o confronto do Ocidente cristão e o Oriente islâmico. Tudo em nome da religião, mas, claro, tudo por conta da política, envolvendo questões territoriais e econômicas. 

Os fundamentalismos religiosos são uma praga dentre as mais perversas que o mundo pode conceber. Não deveria. 

Por outro lado, há que se debruçar sobre a Organização das Nações Unidas. A Liga das Nações, anterior à ONU, fracassou. A ONU tem conseguido alguns avanços no setor das causas humanitárias, mas tem fracassado naquilo que é primordial no setor da política internacional. O seu Conselho de Segurança é obsoleto, na composição. Os “cinco grandes” não têm mais sentido de deter o poder de veto individual. Dentre esses cinco com assento permanente (EUA, França, Inglaterra, Rússia e China), outros já poderiam ali estar, na mesma condição. Falta, por exemplo, a Índia, um gigante, não apenas em termos de população, mas, estratégico, no continente asiático; falta a Alemanha, a maior potência econômica da Europa; falta o Brasil, a maior potência econômica da América Latina; falta um representante da África. Há uma desigualdade gritante no Conselho de Segurança. 

Nos últimos tempos, no Brasil, as polícias têm matado demasiadamente. Aqui, em Sergipe, ou alhures, o tom é o mesmo: execuções que, no jargão policial, viram confrontos. É preciso separar o joio do trigo: quando houver confronto, que pereçam, infelizmente, os bandidos, jamais os policiais. Mas, a ninguém é dado arvorar-se em ser justiceiro. Nem mesmo as polícias. 

A Igreja Católica vive momentos de tensão, em meio ao Sínodo dos Bispos, com cinco cardeais, exigindo respostas do Papa Francisco, sobre o que eles consideram dubiedades promanadas de falas ou de encíclicas papais. Meu Deus! Há, na Igreja, um amontoado de pessoas, do clero ou do laicato, que se fecham em torno do passadismo. Querem uma Igreja triunfalista, quando Jesus não quis triunfar neste mundo. Eles arrebanham muitos fieis, porém, não tantos quantos eles imaginam, embora sejam barulhentos, especialmente em canais da internet, com suas falas melosas e impenitentes. 

Na Arquidiocese de Aracaju, permanece a expectativa pela nomeação do novo arcebispo. Que venha alguém com capacidade de ser pai e irmão, ao mesmo tempo, mas com firmeza.

Pelo país afora, alguns governadores estão unidos em favor da privatização do serviço de distribuição de água e coleta de esgotos. Em Sergipe, o SINDISAN – Sindicato dos trabalhadores do saneamento básico está numa batalha árdua contra o processo que prevê a “concessão” dos serviços a cargo da DESO. Nos Municípios, prefeitos esperam botar a mão numa fatia do que for arrecadado pelo governo do Estado, que já disse, por meio de um dos seus porta-vozes, na imprensa, que precisa do dinheiro da “concessão” da DESO. Imaginem se o processo de “concessão” for concluído no primeiro semestre do ano vindouro, ano de eleição municipal... As concessões pertencem aos Municípios, que são titulares dos serviços de interesse local, como prevê a Constituição Federal. 

Enfim, para hoje, são apenas estas notas esparsas.

*Padre (Paróquia Santa Dulce dos Pobres – Aruana - Aracaju), advogado, professor da UFS, membro da ASL, da ASLJ, da ASE, da ADL e do IHGSE.

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