A nota máxima da UFS :: Por José Lima Santana
José Lima Santana*
José Lima Santana - Foto: Arquivo pessoal
A Universidade Federal de Sergipe, no seu recredenciamento institucional pelo Ministério da Educação, através do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) recebeu a nota máxima, ou seja, 5. Um salto qualitativo deveras formidável. Em 2010, com publicação dois anos depois, a nota que a UFS recebeu foi 3. Que avanço!
A conquista da única universidade pública existente no Estado de Sergipe deve ser celebrada por todos que dela fazem parte, mas, também, por todos os sergipanos.
Para aferir o trabalho da UFS, o INEP levou em conta, como o faz com todas as IES – instituições de ensino superior, os seguintes eixos: planejamento e avaliação institucional; desenvolvimento institucional; políticas acadêmicas; políticas de gestão e infraestrutura. O processo de avaliação institucional para obtenção do recredenciamento da Universidade Federal de Sergipe foi iniciado dois anos antes, ou seja, em 2022.
Há quatorze anos, quando da avaliação anterior, em 2010, a UFS era considerada de pequeno porte e, com o passar do tempo, a sua expansão foi consolidada, aumentando as opções de cursos de graduação, bem como foram ampliados os programas de pós-graduação – mestrados e doutorados – e a qualificação docente avançou muito. O quadro docente saltou de 50% de doutores para quase 90%. Um ganho imenso. A Universidade Federal de Sergipe também cresceu em projetos de extensão e agigantou-se na pesquisa. Aliás, pesquisadores da UFS têm merecido reconhecimento em todo o Brasil e destaque internacional.
Para o reitor Valter Joviniano de Santana Filho, a UFS avançou muito, apesar de ter “vivido os últimos anos como desafiadores para a consolidação desse processo de expansão”, refletindo na melhoria dos indicadores e das condições de trabalho e de aprendizado, “explícitas nesse resultado do recredenciamento”.
Josué Modesto dos Passos Subrinho, ex-reitor (2004-2012), vibrou com a nota máxima alcançada pela UFS e disse: “A Universidade Federal de Sergipe tem motivos para comemorar e permanecer vigilante para o seu contínuo aperfeiçoamento”.
O também ex-reitor Angelo Roberto Antoniolli (2012-2020) enfatizou que “a nota máxima obtida pela Universidade é um reconhecimento do esforço histórico da comunidade universitária junto aos gestores da instituição”. E acrescentou: “Melhoramos muito os serviços prestados à sociedade sergipana e, com isso, melhoramos os nossos indicadores, que foram reconhecidos pelo MEC”.
O reitor Valter Joviniano, que caminhará, resoluto, para o processo de sua reeleição, ressaltou: “Agradecemos a toda a comunidade universitária, professores, alunos, servidores, que se engajaram no processo de construção de um planejamento assertivo e necessário para a nossa instituição, que nesse momento vibra com esse indicador. E também devemos agradecer por todo o apoio que a Universidade recebeu ao longo dos últimos anos, comemorando que em Sergipe temos uma instituição reconhecidamente de excelência”.
Para o atual reitor, a conquista da Universidade Federal de Sergipe tem a marca de muitas mãos, de muitos cérebros e de muitos corações. Vale dizer, de todos que laboram na UFS, que a ela se dedicam, para bem servir, primeiro, ao corpo discente e, segundo, à sociedade sergipana, que deve se orgulhar muito da sua única universidade pública. Muito, mas muito mesmo, Sergipe e o seu povo haverão de receber os contínuos benefícios emanados da UFS.
A UFS, quando de sua instalação, em 1968, renovou a face das estruturas culturais, econômicas, sociais, e, porque não dizer, também políticas. Agora, ao receber, merecidamente, a nota máxima dada pelo INEP ela precisa continuar avançando, aprimorando-se, expandindo-se, para o bem-estar dos sergipanos.
Para concluir, um professor meu amigo, que milita no grupo que faz oposição ao reitor Valter Joviniano, disse-me que pessoas do lado de lá torciam para que a UFS não lograsse a nota máxima, por uma questão meramente de política interna, pois a nota máxima haveria de servir para ajudar o reitor na sua caminhada em busca da reeleição. Todavia, disse-me também esse professor que o bloco oposicionista tudo faria para tentar minorar o alcance e o efeito da nota 5, em benefício da atual gestão. Então, eu lhe perguntei: “Mas, se a gestão estivesse nas mãos de vocês, da oposição, a nota máxima auferida seria muito celebrada, não era mesmo? Ele suspirou, esboçou um sorriso amarelado e respondeu: “É... Pena que não estamos na gestão”.
*Padre (Paróquia Santa Dulce dos Pobres – Aruana - Aracaju), advogado, professor da UFS, membro da ASL, da ASLJ, da ASE, da ADL e do IHGSE.