A doença do desemprego avança mais que o COVID-19 :: Por Marcio Rocha
Temos nesse momento 11.116 pedidos de seguro-desemprego em Sergipe.
Marcio Rocha (Foto: Arquivo pessoal)
As pessoas que tomam esse tipo de atitude dificultam o processo do isolamento social, fundamental para que possamos combater a doença e sua transmissão em grandes proporções. Enquanto isso outras pessoas choram seus mortos, sendo em vários casos, mais de um em uma mesma família. A população é contraproducente ao não atender esses critérios e isso prejudica todo o estado, empresas, famílias, enfim, outras pessoas. Se a população não ajuda, o coronavírus continuará se espalhando, não em progressão geométrica como aconteceu nos primeiros 60 dias da doença, mas continuará atingindo os sergipanos.
Essa desobediência às orientações para combate à pandemia só está elevando a pandemia tácita que cresce vertiginosamente, tendo diagnosticado muito mais pessoas vítimas da doença do desemprego. Tínhamos no estado 8.200 casos de COVID-19 em Sergipe, no momento em que estava escrevendo essa opinião. Certamente, hoje (sábado) chegaremos à casa de 8.400 a 8.500 diagnósticos.
Entretanto, temos nesse mesmo momento, 11.116 pedidos de seguro desemprego, considerando o mesmo período de existência da pandemia no estado. Essa doença silente está avançando e certamente poderá chegar aos 13, 14 mil casos confirmados em Sergipe. Haja vista que, somente na primeira quinzena de maio, 3.086 pessoas solicitaram o benefício, de acordo com os dados do Ministério da Economia. As dificuldades que a paralisação do funcionamento das atividades econômicas irá elevar esse número de doentes, devido à possibilidade ainda maior de demissões por problemas de sustentação e manutenção das empresas, o CNPJ contaminado, adoece dezenas de CPFs.
O tratamento dessa doença está sendo feito através de medidas como o Benefício Emergencial de manutenção do emprego e renda (BEM) do governo federal. Os dados indicam que 53.074 pessoas estão recebendo o benefício, para evitar que seus empregos sejam destruídos pelo rolo compressor da falta de receita nas empresas. Todavia, o tratamento não é permanente e mesmo com a volta ao trabalho, as dificuldades as quais as empresas estão atravessando poderão não garantir a sustentabilidade desses postos de trabalho por muito tempo. Recuperar a receita perdida será difícil, até porque nem todas as empresas estão conseguindo acessar as linhas de crédito para salvar seus negócios.
A desobediência das pessoas, cujas quais encaram o isolamento social como um grande período de férias está elevando as duas setas das doenças que ninguém desejaria que crescessem. A pandemia e o desemprego se misturam e tornam-se um problema de saúde pública, principalmente por causa das próprias pessoas que não fazem o que deveriam fazer, contrariando as orientações e espalhando a doença por aí.
Você quer proteger sua vida e como mantê-la, então fique em casa.