Sergipe pode ampliar sua capacidade de exportação? :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha (Foto: Arquivo pessoal)
Sergipe ainda é um estado com pouca participação no processo de exportações do Brasil. Nos primeiros quatro meses do ano, exportou US$ 16,4 milhões, o que mostra as poucas transações de comércio exterior que são feitas a partir daqui, ainda ocupando uma incômoda última posição no ranking nacional de trading. A participação do estado é de apenas 0,2% de todo o volume exportado no primeiro quadrimestre do ano. Contudo, de janeiro a abril, já vendemos 2,5% a mais que no mesmo período do ano passado.
Durante o período inicial deste ano, Sergipe, de acordo com dados do Ministério da Economia, enviou bens de consumo para 39 países. A liderança maciça das exportações sergipanas reside na produção sucroalcooleira. Sendo sucos de frutas ou vegetais 33% dos envios do estado, seguido pela categoria de açúcares e melaços, com 29%. Outros bens como óleos essenciais, materiais aromatizantes e saborizantes, equipamentos elétricos, calçados, materiais de olaria, hidrocarbonetos e alimentos, perfazem a lista de exportações sergipanas.
O principal comprador da produção de Sergipe de janeiro a abril foi Gana, país do oeste africano quase totalmente dependente de produtos estrangeiros para alimentar sua população. O país comprou 4.8 milhões de dólares em açúcar sergipano. As transações com o país elevaram 826% entre 2020 e este ano. Ou seja, encontraram no estado a oportunidade de compra para alimentar sua demanda. Para entender melhor, entre janeiro e abril de 2020, foram exportados apenas 518 mil dólares em açúcar pelo estado.
Por ordem, Gana é o país que ocupa a primeira posição das relações de comércio exterior com Sergipe, com 29% da participação na movimentação de valores do estado. A Holanda, maior comprador de sucos processados em Sergipe, ocupa a segunda posição com 21% da comercialização local. Espanha, Estados Unidos e Chile completam os cinco maiores compradores de nossos produtos. Curiosamente, Países com potencial capacidade de compra também fazem parte da carteira de clientes do estado, a exemplo de Ilhas Maurício, Guiana Francesa, Jamaica, Fiji, Libéria, Paquistão, Singapura, Filipinas, Brunei, Moçambique, China entre outros tantos. Como disse acima, são 39 países. Entretanto, podem ser muito mais.
Respondendo à pergunta da coluna: Quando a Fecomércio planejou o Programa de Internacionalização de Negócios, que já tem apresentado alguns resultados, fora feito um estudo por parte do presidente, Laércio Oliveira, da superintendência e equipe técnica, para encontrar os potenciais mercados nos quais Sergipe pode se inserir. As possibilidades são infinitas e com a inserção de nossos produtos no maior entreposto de compras do mundo, a cidade de Yiwu, na China, o leque se abre com maior amplitude. Essa iniciativa tem animado os empresários locais, que já enviaram seus produtos para exposição e venda no Pavilhão Brasil lá existente. E os resultados começam a aparecer e a crescer. Por correlação, o Estado tem buscado facilitar a legislação de comércio exterior, encontrando os meios de fazer de Sergipe um local com capacidade de envio e recepção de produtos. Essa abertura de caminhos pode promover uma transformação real em nossa economia, fazendo com que a produção industrial se intensifique no estado, levando toda a cadeia produtiva a expandir sua atuação. Com as transações de comércio exterior, todos ganham. Principalmente nossa população, que terá novas oportunidades de geração de emprego e renda.