Comércio começa a sinalizar recuperação de verdade :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha (Foto: Arquivo Pessoal)
Já a receita apurada pelas empresas do comércio varejista ampliado, ou seja, todas as atividades comerciais, apresentou elevação em +28,2%. No período corrente de janeiro a junho, o aumento da receita das empresas atingiu +27.4%. Os dados mostram um crescimento considerável na receita. Entretanto, o comparativo da pesquisa não desconta a inflação corrente do período.
Há de se convir que essa elevação é importante para o comércio sim, mas atualmente as lojas do varejo estão com melhores condições de funcionamento que estavam no mesmo período de 2020, quando estavam em quase sua totalidade fechadas, com pouca movimentação de clientes, com uma grande baixa de vendas no primeiro semestre do ano passado. Vendas tão baixas que levaram ao fechamento de lojas, perda de postos de trabalho e redução excessiva da atividade comercial no estado. Ou seja, o crescimento ainda aponta condições de ser artificial, e isso ainda é preocupante, quando se compara a 2020. Uma noção real só deverá ser sentida a partir dos resultados de agosto. Com o delay de 45 dias para divulgação dos resultados da PMC, só saberemos da condição real, em meados de outubro.
2021 x 2019
No comparativo de anos entre 2021 e 2019 A variação do volume de vendas do varejo ampliado apresentou real elevação de 8% entre os dois anos. Já a receita apurada pelas empresas cresceu em 14,2% diante do apurado há dois anos. Leva-se em consideração a fórmula de cálculo dedutivo dos resultados do ano de 2020, diante de 2019, com o comparativo com o ano de 2021.
Este é o primeiro bom resultado do comércio diante do período de pandemia de fato, se consideramos os seis meses dos respectivos anos em contraposição. Considere-se que, houve o aquecimento nas vendas de materiais de construção no período de junho do ano passado, pois a grande maioria dos estabelecimentos do varejo ainda estavam com restrições de funcionamento, ou totalmente fechados. A elevação foi considerável devido, exclusivamente a esse fator.
Varejo restrito
Para o melhor entendimento, faz-se necessária a avaliação do comércio varejista restrito, no intuito de compreender como a maioria dos estabelecimentos comerciais se comportou no dito mês, tendo em vista que ainda estavam enfrentando as restrições impostas pelos decretos governamentais. O varejo restrito não apresentou uma equação que chegasse ao empate com o ano de 2019, perfazendo 97,4% do ano estudado. Já a receita apurada pelas empresas alcançou 112,7% do faturado no ano de 2019, em 2021. Em junho, o varejo restrito apontou crescimento de +4,1% em seu volume de vendas, com elevação da receita apurada em +17,9%.
Inflação descontada
Uma conta importante a ser feita para a compreensão do que fora apurado pelas empresas do comércio varejista é a receita auferida pelo comércio varejista, nas duas modalidades, comparando-se ao ano anterior, descontando o percentual do IPCA. Ou seja, para o mês de junho deste ano, o varejo ampliado obteve elevação de faturamento de +19.85%, deduzido a inflação de 8,35% no período corrente de junho de 2020 a junho de 2021. Já o varejo restrito apresentou um crescimento de +9.55%, no mesmo cenário de desconto do IPCA corrente dos 12 meses subsequentes de junho 20 a junho 21.