Quinto Constitucional: quando a advocacia vota e o poder escolhe :: Por Fausto Leite
As eleições da OAB para o Quinto Constitucional terminaram há menos uma hora, mas a Comissão Eleitoral levou exatos vinte minutos para divulgar o resultado, um gesto raro de velocidade numa instituição acostumada a fazer atas com paciência monástica (Matéria postada no Portal Fausto Leite, em 19 de novembro de 2025 às 18:39min).
Foram quarenta e cinco dias de campanha intensa, civilizada e surpreendentemente madura, em que os vinte e oito candidatos se comportaram melhor que muito parlamentar em semana de votação apertada. A advocacia sergipana, com seu humor peculiar e seus grupos silenciosos, definiu a lista sêxtupla que seguirá agora para o Tribunal de Justiça. E entre números e surpresas, dois nomes chamaram atenção pelo que representam, um pela força natural, outro pela força crescente: Fabiano Feitosa, que consolidou posição robusta, e América Nejaim, a surpresa que só surpreende quem não acompanha a advocacia real.
O resultado mostrou um colégio eleitoral atento e participativo: Márcio Conrado liderou com 2.597 votos; Fabiano Feitosa veio logo atrás, com 2.491 votos, provando que carisma e articulação ainda contam; América Cardoso, com impressionantes 1.929 votos, confirmou o que este jornalista já alertava, quando a advocacia enxerga legitimidade, ela responde; Marília Menezes marcou 1.837 votos; Carla Carol, 1.792; e Kleidson Nascimento, 1.777. A ausência de Maurício Gentil na lista final, apesar da expressiva votação, mostra o quanto o novo desenho das cotas reorganiza o tabuleiro de maneira que nem sempre coincide com a expectativa das urnas, mas que, para muitos, corrige distorções históricas.
Com a lista formada, inicia-se a fase menos romântica do processo: o caminho silencioso pelos gabinetes do Tribunal. A partir de agora, relatórios, atas e votos deixam de protagonizar; entram em cena o histórico de atuação, a capacidade de diálogo, a firmeza institucional e aquele elemento sempre comentado, nunca assumido: o peso simbólico de cada nome. Márcio Conrado chega com a autoridade de quem liderou a votação e representa estabilidade. Fabiano avança com a serenidade de quem conhece os corredores da advocacia e sabe que prestígio real não se improvisa. América traz a energia rara de quem cresce sem empurrar ninguém e isso, no Judiciário, impressiona mais que fama antiga. Marília aporta equilíbrio técnico e discrição estratégica, qualidades que costumam falar alto em processos de cúpula. Carla Carol surge com a força de uma advocacia moderna, articulada e consciente de seu espaço. E Kleidson completa o sexteto com a legitimidade de quem mobilizou grupos importantes e carrega uma representatividade que o Tribunal não pode ignorar. Cada um chega com algo próprio e é justamente essa diversidade de perfis que torna o próximo capítulo tão interessante.
O TJSE transformará os seis nomes em três...
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