Huse: 85% dos atendimentos ainda são de baixa complexidade
Huse: 85% dos atendimentos ainda são de baixa complexidade (Foto: Ricardo Pinho/SES/SE)
O Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) é a referência estadual para o atendimento de média e alta complexidade de urgência, emergência e trauma. Porém, por se tratar da maior unidade hospitalar do Estado, cerca de 500 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) procuram a unidade diariamente pelos mais variados motivos. A maior parte dos casos que chega ao Pronto Socorro é de baixa complexidade, ou seja, aqueles que poderiam ser solucionados na rede básica de saúde.
Segundo o Sistema Integrado de Informatização de Ambiente Hospitalar (Hospub) de janeiro a julho de 2016, o Huse registrou 90.412 atendimentos. Destes, 77.389 foram considerados de baixa complexidade.
“São os casos que deram entrada e receberam assistência clínica no Huse, com alta médica em menos de 24 horas”, enfatiza o coordenador do Pronto Socorro do Huse, Vinícius Vilela.
Entre os sintomas dos usuários que mais procuraram o Huse nesse período estavam: 1019 casos com febre, 1773 com dor de cabeça, 1335 com dor de ouvido, 48 casos de unha encravada, 333 de diabetes descompensada e 346 de diarreia.
Somente em 2016, o Huse acolheu q 1334 pacientes do bairro Santos Dumont, 1033 do bairro América, 883 vindos do bairro Santa Maria e 581 do Olaria.
A superintendente do HUSE, Lycia Diniz, explica que cerca de 85% dos atendimentos que chegam ao hospital deveriam ser tratado nas Unidades Básicas de Saúde ou Unidades de Pronto Atendimento.
“É importante que as pessoas busquem primeiramente o atendimento na unidade básica da sua região ou um serviço mais próximo de casa, a exemplo dos postos de saúde, respeitando as complexidades dos casos. Isso otimizaria o sistema e desafogaria a porta de entrada do HUSE”, afirmou.
O paciente Thiago Oliveira conta que procurou o Huse após sintomas de febre e dores no corpo . “Já fui atendido pelos profissionais. Já tomei medicação e agora aguardo uma nova avaliação do médico para receber a alta”, explicou.
“Muitos pacientes chegam ao Huse por demanda espontânea, ou seja, sem apresentar qualquer tipo de complexidade ou referenciado por outra unidade hospitalar. Como o Huse atua no sistema Porta Aberta, de acordo com o que preconiza o Ministério da Saúde, ocasiona um fluxo invertido e, consequentemente, a superlotação da unidade”, ressalta Vinícius Vilela.
Além dos casos de baixa complexidade, ainda há pacientes que vêm dos estados como Bahia e Alagoas, em busca de atendimento em Sergipe. Muitos deles, alegam déficit de profissionais ou falta de materiais necessários para o atendimento em seus estados de origem.
A aposentada Raimunda da Silva, 68, é natural da cidade baiana de Cícero Dantas. Ela conta que veio ao Huse por não conseguir assistência médica na cidade em que reside. “Estou com a diabetes descompensada. Por isso, estou aqui para tratamento. Na minha cidade muitas vezes falta médicos, e quando tem, faltam materiais. Aqui, tenho certeza que estou bem atendida”, declarou.