Professor universitário se destaca com cartuns e caricaturas
Com trabalhos publicados em livros, jornais e fanzines, Manoel Dama se inspira em grandes nomes do meio para expressar sua arte em paralelo com sua atividade acadêmica
As charges, caricaturas, cartuns e grafites estão presentes há muito tempo nas ruas, nas revistas e nos jornais, expressando fatos e sentimentos através do humor, da crítica e da reflexão. Estas manifestações artísticas agora são oficialmente reconhecidas como cultura oficial do Brasil, por força da Lei Federal 14.996/2024. A nova regra, pelo Congresso Nacional e sancionada no último dia 15 de outubro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, define as características de cada uma dessas formas de arte e incumbe o poder público de “garantir sua livre expressão artística e promover sua valorização e preservação”.
Um dos que se destacam nestas artes gráficas é o professor universitário Manoel Dantas Macedo Filho, coordenador pedagógico dos cursos de Computação da Universidade Tiradentes (Unit). Com a assinatura de Manoel Dama, ele teve muitos de seus trabalhos publicados em jornais, revistas e fanzines, além de exposições coletivas. Entre algumas das personalidades homenageadas em seus cartuns, estão o ex-jogador Pelé, a cantora Elza Soares e o também cartunista Ziraldo (autor de ‘O Menino Maluquinho”).
Em abril de 2023, Dama foi um dos participantes da mostra "Picasso Entre Nós", uma mostra de mais de 200 cartuns e trabalhos artísticos em homenagem ao pintor espanhol Pablo Picasso, junto a artistas de 35 países. Ele também publicou quatro livros, incluindo dois que reúnem seus trabalhos artísticos: “Desenhos Singelos: Ilustrações digitais feitas com o lado feliz do cérebro” e “Collage: fotomontagens proibidas, criativas, permissivas ou emotivas”.
O professor conta que se apaixonou desde criança por desenhos, quadrinhos e caricaturas. “Tive o incentivo da minha mãe, que sempre me forneceu papel e lápis para me expressar. Depois fui desenvolvendo minhas habilidades, fiz cursos e procurei trabalhar bastante na área, sempre que possível, mesmo em paralelo ao trabalho docente”, diz Manoel, considerando os desenhos gráficos como uma atividade que lhe serve como hobby e forma de expressão da sua arte. “Na minha arte sempre procuro expressar algum sentimento e/ou mensagem que, com as palavras não teria a intensidade perfeita para sintetizar. É um trabalho, mas também diverte, inspira, transforma e pode nos levar a lugares onde as sensações visuais infinitas vão sempre inspirar e ensinar algo”, afirma.
Inspirado em outros grandes artistas, pintores e cartunistas, como Henfil, Moebius, Quino, Frank Miller, Gonzalo Cárcamo, Laerte, Hermenegildo Sábat, J.Carlos, Philippe Druillet e Loredano, o professor Manoel entrelaça o acadêmico com o artístico, empregando um pouco do seu talento nas aulas e servindo de inspiração tanto para os alunos quanto para os outros professores e pesquisadores. “Apesar de mais focado na computação atualmente, eu capricho sempre na composição de minhas explicações no quadro. Os alunos percebem como eu os valorizo e é importante para que as questões funcionais e técnicas sempre fiquem associadas à estética, que é importante em todos os campos do saber”, diz Dama.
Sobre o reconhecimento das charges, caricaturas, cartuns e grafites como expressões culturais do Brasil, Manoel Dama acredita que estas variadas formas de artes gráficas sempre vão revelar aspectos da cultura de cada sociedade. “Isso sempre acontecerá com opinião, emoção e significações que nos ajudam não só a registrar e difundir nossa história e valores, mas também educar e muitas vezes criticar o que não está tão correto em nosso modo de vida. Não só no Brasil, mas em vários outros países, essas expressões gráficas que aliam a arte e ao questionamento são inerentes ao próprio papel do cidadão em participar de sua coletividade com um olhar mais analítico e sensível”, conclui.