Sergipe destaca potencial do artesanato em feira internacional na Colômbia
Em poucas horas, as peças de renda irlandesa escolhidas para a Expoartesanías foram comercializadas
O Governo de Sergipe dá mais um passo importante na valorização e no fortalecimento do artesanato. Desta vez, o talento e a riqueza cultural do artesanato sergipano cruzam fronteiras e ganham destaque na maior feira internacional de artesanato da América Latina: a Expoartesanías, realizada em Bogotá, na Colômbia. O evento foi aberto nesta quarta-feira, 4, e segue até o dia 17 de dezembro, com a expectativa de receber mais de 70 mil visitantes de diversos países atraídos pela tradição e autenticidade dos trabalhos manuais.
O artesanato sergipano está presente e em destaque no estande do Brasil, país convidado da Expoartesanías, ocupando uma área de aproximadamente 300 metros quadrados no pavilhão 6, que virou o Pavilhão Brasileiro. A realização é da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), e o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) faz parte do núcleo gestor de planejamento da ação como parceiro institucional.
A rendeira Neidiele Santos, de Divina Pastora, expressou que é um sentimento muito gratificante e uma responsabilidade enorme estar representando o estado. “É uma honra representar essas mulheres guerreiras que vem ao longo dos anos desenvolvendo nosso artesanato através do nosso modo de saber fazer renda irlandesa. É uma oportunidade única. Em poucas horas, as peças já estavam vendidas e agora estão aqui apenas para as encomendas”, comemora.
O secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo, Jorge Teles, destacou o compromisso do governo em valorizar e promover o artesanato sergipano como motor de desenvolvimento econômico. “O Governo do Estado de Sergipe está valorizando o artesanato. Já participamos de feiras nacionais no Ceará, Pernambuco, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Agora, estamos ganhando o mundo, mostrando a importância econômica do artesanato. Neste ano, comercializamos mais de R$ 2 milhões de reais em peças em nossos espaços”, destaca.
Além do sucesso comercial, Teles enfatizou o impacto cultural e social das ações voltadas ao setor. “Estamos na CasaCor pela primeira vez na nossa história e ganhamos destaque na revista do evento. Sergipe vive um momento especial, valorizando a sua arte, sua cultura e ancestralidade, mas também mostrando que é possível para o artesão garantir sua subsistência e dignidade a partir do talento”, enfatiza o secretário.
Sucesso de vendas
Duas peças de renda irlandesa foram selecionadas pela ApexBrasil para fazer parte do acervo de 240 peças que representam o Brasil no evento. A curadoria foi realizada pela arquiteta Roberta Borsoi. “A renda irlandesa é um trabalho delicadíssimo. É um trabalho absolutamente encantador. Não é à toa que a gente trouxe para o destaque do estande, porque nos encantou de verdade”, enfatiza.
O sucesso das peças de renda irlandesa foi tão grande que as duas foram vendidas nas primeiras horas do evento, reforçando como o talento sergipano tem potencial para conquistar o mundo. A colombiana Marina Lopez visitou a Expoartesanías no dia da abertura, ficou encantada com a renda irlandesa e conheceu um pouco de Sergipe por meio do talento artesanal do estado. “Não tinha ouvido falar do estado, que é o menor do Brasil, como fiquei sabendo agora, mas tem um artesanato muito lindo. É um trabalho artesanal divino e que eu nunca tinha visto”, conta Marina.
O artesanato sergipano, especialmente a renda irlandesa, tem conquistado cada vez mais espaço e reconhecimento dentro e fora do Brasil. A rica tradição manual, carregada de história e identidade cultural, agora vivencia novas oportunidades internacionais. Para Roberta Borsoi, designer e entusiasta do trabalho das rendeiras, essa é uma chance de promover a troca cultural e valorizar o esforço e a dedicação das artesãs locais.
“A gente não conhece muito do artesanato dos nossos vizinhos e eles também não nos conhecem. A gente tem que trocar, tem que mostrar essa beleza, essa força dessas mulheres rendeiras. São tantas horas de trabalho em cima de cada peça, isso tem um valor imensurável. São portas que vão se abrir na Colômbia e quem sabe em outros países também”, afirma Roberta, ressaltando o potencial transformador dessa conexão.
Ponto estratégico
A feira é um ponto estratégico para impulsionar o artesanato sergipano no mercado internacional. “A importância da gente estar aqui é que a Expoartesanías é a maior feira de artesanato da América Latina. Aqui a gente tem visitantes de toda a região, não só da Colômbia. Isso representa várias oportunidades de negócios importantes para as nossas artesãs”, afirma Ana Paula Repezza, diretora da ApexBrasil.
As artesãs participantes do evento estão preparadas para negociar com compradores internacionais e explorar novas modalidades de venda, como o comércio eletrônico. “Fizemos todo um trabalho com as artesãs que estão aqui hoje para que elas possam receber esses compradores, negociar, fazer vendas e também utilizar plataformas online, como a Marco 500, que está apoiando tanto as artesãs presentes quanto as que não puderam vir. Esse suporte vai permitir a continuidade das vendas mesmo após a feira”, completou Repezza.
Para o Ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, esse momento de intercâmbio movimenta toda uma cadeia de maneira positiva. “O artesão é um pouco de cultura, um pouco de empreendedorismo. Nós só trouxemos mulheres dessa vez. E Sergipe veio sempre muito bem representado com a renda irlandesa, que é única no mundo. Cumprimento muito o governador, a todos que ajudam a manter os artesãos de Sergipe”.
Com iniciativas como essas, o Governo de Sergipe reafirma seu papel de protagonista no cenário nacional e internacional do artesanato, promovendo não apenas sua riqueza cultural, mas também gerando oportunidades concretas de negócios e inclusão econômica.