4ª edição da Mostra Maternidade Real acontece durante todo o mês de maio de forma gratuita e acessível

Motivadas por uma insatisfação com a pouca representatividade de maternidades diversas sem romantização, e para ir de encontro com representações que provocam inseguranças, sofrimentos dos mais diversos tipos, disseminadas pela grande mídia, três mães e cineastas – Dominique Mangueira, Luciana Oliveira e Manoela Veloso Passos – criaram, em 2021, a mostra Maternidade Real como espaço de troca, acolhimento e discussão política sobre os temas que atravessam a maternidade.  Neste ano, a 4ª edição traz uma programação diversificada durante todo o mês de maio, com bate-papos, exibições de filmes, oficinas e exposição.

Os encontros acontecerão em Aracaju, São Cristóvão, Lagarto e também de forma online, para que mães de todo o mundo possam participar. Além disso, nesta edição, a Mostra Maternidade Real conta com recursos da Lei Complementar Federal nº 195/2022 - Lei Paulo Gustavo, por meio do edital Nº 06/2023 - TARCÍSIO DUARTE, executado pela Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe - FUNCAP/SE. A abertura da Mostra acontece no dia 03 de maio, na Rua Manoel Andrade, 2819, Coroa do Meio, Aracaju/SE, a partir das 16h, com a exposição CORPO-MÃE, um acervo sensível de fotografias, esculturas, pinturas e obras em técnicas mistas que exploram os universos particulares e coletivos da experiência materna, das artistas Elisa Elsie, Tatiane Costa, Emanuelle Oliveira, Mariana Feitosa, Gabi Etinger e Kaipora (Jéssica Caribé).

Em seguida, o encontro segue com Lila Arévalo e Victória Araújo na sessão de autógrafos do livro À DERIVA. Por fim, o evento conta com a Mesa de Abertura, em que Manoela Veloso Passos (Mostra), Elisa Elsie (exposição Corpo-Mãe), Carolina Geisel (Maio Furta Cor) e Alessandra Tavares (Mães Pela Diversidade), falarão sobre suas lutas, seguida pela palestra “Uma Dimensão Política da Maternidade”, conduzida por Fontel, trazendo reflexões urgentes sobre os aspectos sociais e políticos dessas experiências.  

Para Manoela Veloso Passos, a Mostra é uma oportunidade de começar a debater num espaço público sobre uma questão que também é pública e que ainda conta com poucos locais de debate que é a maternidade. “Esse ano é o primeiro ano que a gente faz realmente com um recurso consistente e a gente está conseguindo fazer algo muito maior. Estamos conseguindo chegar em lugares que a gente já tinha tentado, mas que a gente não tinha conseguido chegar com tanta força, com a possibilidade de articular mais mulheres nessa produção, participando de uma forma mais ativa inclusive. E a expectativa é que a gente consiga fazer cada vez mais isso, que a gente consiga voltar nas comunidades que a gente já foi um dia e seguir fortalecendo esses laços”, destacou, Manoela.

Além da exposição, palestra e lançamento de livro, a abertura da Mostra contará ainda com a estreia do filme “A culpa é da mãe”, uma iniciativa que reúne mulheres para ouvir as histórias que normalmente ficam nos bastidores da maternidade. Além disso, para que as mães possam vivenciar a Mostra com tranquilidade, durante os dias 3, 4 e 17 de maio, haverá um espaço para acolher e receber as crianças, com atividades como contação de histórias, brincadeiras com bolhas de sabão, desenhos e sessão de filmes, guiadas pelas profissionais Edênia Hora e Leila Cristina, que vão garantir a diversão da criançada.

No dia seguinte, dia 04 de maio, domingo, a programação segue na Fazendinha Pai Eterno (Rua Dr. Lauro Maia, s/n, Tijuquinha, São Cristóvão/SE), com a  oficina “Retratos de si: quantas de mim em mim mesma?", elaborada pela escritora Taylane Cruz e pela cineasta Luciana Oliveira, oferecendo às mulheres um espaço de reconexão interior por meio da memória da infância, do corpo e do reflexo de si no presente.  À noite, a programação segue no Idesa, na Rua São João, n°21, também no Tijuquinha, com as exposições “Corpo-Mãe” e “Mulheres no Tijuquinha”, um convite para um auto olhar, e o cinema em cena com filmes que refletem sobre maternidade, memória e identidade. E para encerrar a programação do dia, o Baque Mulher Aracaju traz o maracatu como instrumento de luta e união.

Juliana Aguiar, agente comunitária de saúde na comunidade do Tijuquinha, em São Cristóvão, celebra a iniciativa no local. “É de grande importância que aconteçam atividades como a mostra maternidade real de cinema para essa comunidade, que é um local carente de diversos segmentos e trazer a arte para essa população traz uma possibilidade de sonharmos juntas com outras formas de viver e outras formas de existir”, concluiu.

Sobre a Mostra

A Mostra surgiu no contexto da pandemia, com sua primeira edição realizada de forma remota, em 2021. Nos anos seguintes, a Mostra seguiu o formato híbrido, com ações presenciais, em ambientes de diferentes comunidades da grande Aracaju, envolvendo os municípios de São Cristóvão e Carmópolis, de forma a promover acesso a filmes e a diálogos em diferentes realidades.

A Mostra Maternidade real é um evento feito por mães para mães, com o objetivo de refletir, celebrar e compartilhar as muitas faces da maternidade através de filmes. Esta é uma possibilidade de ampliar essa discussão ainda mais e somar-se a iniciativas parceiras que têm o compromisso social com questões pautadas sobre o tema, uma vez que, as idealizadoras veem a maternidade como uma função social com forte impacto na sociedade e com uma representação romantizada, que provoca expectativas e frustrações, além de contribuir com a sobrecarga física e mental das mulheres.

Portanto, dialogar sobre a maternidade é também elencar assuntos de grande importância como a primeira infância, questões de gênero e ainda outras como saúde, educação e segurança, que estão imbricadas e de interesse social e devem ser amplamente debatidas e divulgadas. 

Programação

• Dia 03 de maio – Abertura da Mostra Maternidade Real (Aracaju)
• Dia 04 de maio – Oficina Retratos de si: quantas de mim em mim mesma? com Luciana Oliveira e Taylane Cruz (Tijuquinha, São Cristóvão)
• Dia 10 de maio – Exibição de filmes e roda de conversa (Lagarto)
• Dia 17 de maio – Exibição de filmes e roda de conversa na sede do grupo Boca de Cena (Aracaju)
• 18 a 31 de maio – Mostra de filmes com exibição virtual
• 24 de maio – Roda de conversa com transmissão virtual