Emília Corrêa anuncia quatro novas Unidade de Saúde da Família durante Conferência da Saúde
Tiveram início na manhã desta terça-feira, 29, a 1ª Conferência Extraordinária Municipal de Saúde e a 2ª Conferência Municipal de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, no Porto Farol Eventos e Negócios. O evento, que tem como temas centrais “Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia” e “Saúde do Trabalhador como Direito Humano”, reúne usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), gestores e representantes de diferentes segmentos da sociedade. Durante dois dias, os participantes vão dialogar sobre as prioridades políticas públicas para a saúde e construir coletivamente um plano de ação inclusivo, que reafirme a saúde como direito de todos e dever da gestão.
As Conferências Municipais são uma realização do Conselho Municipal de Saúde em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Núbia Santana Bispo, presidente do Conselho Municipal de Saúde, definiu a ação como “um ato público e democrático”. “É de extrema importância o envolvimento e o engajamento, porque este é um espaço de ouvidoria da população de Aracaju. Para que, através desse ato, a gente consiga ajudar na melhoria de uma saúde pública de qualidade para a população”, pontuou.
As propostas das etapas regionais, vindas dos oito territórios da capital, também serão debatidas na programação que reúne mais de 300 delegados. “O Conselho Municipal busca essa representatividade. Nós temos os trabalhadores, os usuários do SUS, os sindicatos, unidos num público plural. Porque a saúde precisa ser plural e a gente precisa de todos esses olhares para realmente que não haja nenhuma falha nessa avaliação e que a gente possa construir uma política realmente robusta”, disse a secretária da saúde Débora Leite.
Iraneide Santos, secretária-adjunta da saúde, lembrou que a última Conferência de Saúde do Trabalhador foi discutida há dez anos e destacou a criação do plano para mais quatro anos, de 2026 a 2029, como uma das ações relevantes do evento. “É um importante momento para que a gente possa discutir não só o âmbito de saúde, mas as políticas setoriais, para que a gente possa fortalecer todo o trabalhador. Não só aquele formal, mas aquele também informal, como os motoboys, as empregadas domésticas e os motoristas de aplicativo”.
Durante a abertura, uma novidade em primeira mão
A prefeita Emília Corrêa declarou aberta a Conferência Municipal de Saúde com um anúncio: a autorização à Secretaria Municipal de Saúde para a busca de áreas viáveis para a construção de quatro Unidades de Saúde da Família. “Em quatro meses, estamos fazendo mais do que foi feito em 16 anos na saúde de Aracaju. Esse é nosso compromisso com a população da nossa cidade”, disse. A prefeita enfatizou, ainda, a importância do SUS como um “patrimônio de toda a nação brasileira, garantindo o acesso universal e gratuito à saúde”, e lembrou de países desenvolvidos que não contam com um sistema público de saúde e campanhas de prevenção de doenças.
“Nós temos que andar juntos para construir a saúde que cada trabalhador merece. A gente constrói uma saúde melhor com momentos como esse aqui, onde temos a população que conta com os serviços do SUS, os médicos, os enfermeiros, a sociedade e os poderes constituídos unidos para depois fazer as aplicações. Nós já começamos a gestão cuidando dos hospitais, como o Hospital Nestor Piva, o Fernando Franco, a Maternidade Lourdes Nogueira... Agora nós queremos chegar nos postos de saúde, que é onde tem muitos problemas ainda, mas já existe um planejamento para melhorias”, afirmou.
Na solenidade, também foram convidados a pronunciamento a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Núbia Santana Bispo, o presidente do Conselho Estadual de Pessoas com Deficiência e Altas Habilidades, Antônio Luiz dos Santos; o coordenador da Comissão Organizadora da Conferência, o médico André Luiz Moura Sotero, e a secretária municipal de Saúde, Débora Leite.
Em sua fala, a secretária municipal de saúde fez uma análise dos dados sobre a saúde de Aracaju ao longo dos anos. O comparativo é alarmante: enquanto nos anos 2000, Aracaju tinha 400 mil habitantes e 40 Unidades Básicas de Saúde (UBS), em 2025, a população já ultrapassa os 600 mil habitantes e o número de UBS chega a 45, quase inalterado se comparado há 25 anos. Débora Leite destacou que houve uma mudança de perfil da população, que hoje é mais velha na pirâmide etária, mas, em contrapartida, não houve mudanças na política pública estrutural da saúde. “Toda conferência é um espaço para construir e cuidar da cidade impacta a saúde das pessoas”, lembrou a secretária, sobre o envolvimento de esferas como o meio ambiente na causa.
A abertura contou, ainda, com a apresentação musical do Quinteto da Orquestra Sanfônica de Aracaju e com a presença dos secretários Edna Amorim, da Educação, e Fábio Andrade, do Turismo.
A programação continua
Na manhã do primeiro dia de conferência, os participantes contaram com as palestras magnas da mesa de abertura. À tarde, eles darão início aos grupos de trabalho divididos em três eixos: no eixo I, será discutida “A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora – a construção da política”; o eixo II, “As novas relações de trabalho e a saúde do trabalhador e da trabalhadora” estarão em pauta, com foco na resistência e na exploração do trabalho; o eixo III, por sua vez, vai tratar da “Participação popular na saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras para efetivação do controle social - Todo poder emana do povo”.
Na quarta-feira, 30, pela manhã, a plenária final vai aprovar as propostas para a saúde do trabalhador e da trabalhadora e a classificação de delegados para a etapa estadual da conferência. Já à tarde, a Conferência Extraordinária de Saúde de Aracaju será um complemento para a construção do Plano Municipal de Saúde do município.
“É gratificante estar aqui presente e participando, já que a gente apareceu nas regionais, nas oito regiões daqui do município, com a população para coletar tudo isso que é de extrema importância. Foi um aprendizado, uma troca de experiência e um fortalecimento da gestão, promover a saúde e os direitos dos trabalhadores daqui” destacou Lívia Marília Prado, coordenadora do Centro de Referência e Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cerest), delegada que também compôs o dispositivo.