Corredor Cultural Irmão lança exposição sobre Folclore
O lançamento da nova exposição do Corredor Cultural Irmão, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), foi palco de um anuncio muito importante nesta terça-feira, 09. “Quero dividir com vocês a notícia de que o Governador Jackson Barreto autorizou, ontem, a implantação da Lei dos Mestres para o Estado de Sergipe”, informou o secretário de Estado da Cultura, Irineu Fontes.
Jackson da Silva Lima discursando (Foto: Secult/SE)
São Gonçalo, Parafuso, Bacamarteiro, Samba de Coco, Lambe Sujo e Caboclinho. As mais variadas manifestações culturais de Sergipe estão presentes na mostra intitulada “Folclore: a identidade do nosso povo”. A exposição deste mês faz referencia ao Dia do Folclore Nacional, instituído pelo Congresso Brasileiro, em 22 de agosto de 1965.
Nesta edição, dois importantes pesquisadores e escritores sergipanos foram homenageados, Jackson da Silva Lima e Luiz Antônio Barreto, que faleceu em 2012. “Agradeço esta homenagem pelo trabalho que fiz e ainda estou fazendo, que não considero meu mérito, mas sim uma necessidade de vida que tenho. Isso porque, a pesquisa é um trabalho personalíssimo que me dá muita satisfação”, declarou Jackson da Silva Lima.
Emocionando a todos os presentes, a viúva de Luiz Antônio Barreto, Dra. Raylane Navarro, agradeceu pela homenagem em memória ao pesquisador. “Parabenizo a Secretaria de Cultura, que para além de uma homenagem a um agente cultural, está homenageando um amigo, que por vários momentos em sua trajetória, manteve parcerias e trabalhos com esta instituição. Parabenizo também a todos aqueles que compõem o folclore brasileiro, especialmente em Sergipe, que passado os anos, continuam na batalha”, ressaltou
A exposição conta com telas de Adauto Machado, Pedro Boeira, Costa de Lima, Ismael Pereira, Israel Melo, esculturas Cláudia Nên e fotografias de Edson Araújo. “O folclore galvaniza o sentimento de uma região. Eu como neo-regionalista que sou, acho muito bom, vez por outra, pintar aquilo que traduz o sentimento regional”, afirmou Ismael Pereira, que expôs ao lado do filho Israel Melo. “É muito bom poder expor junto com ele. Considero-me uma matriz por ter produzir uma figura da melhor qualidade, e que hoje desponta no cenário artístico como uma grande revelação”, declarou sobre o filho.
Para Israel também é um privilegio de poder expor junto com seu pai mais uma vez. “Tenho trabalhado vários tipos de temas, entre figuras e paisagens, mas este ano, me interessei em figuras do folclore, e acabei sendo convidado para a exposição. Acho que a Secretaria de Cultura está fazendo um trabalho primoroso que favorece muitos artistas com este Corredor”, afirmou.
Personalidades e mestres da cultura popular doram condecorados com Menções Honrosa nesta edição, entre eles o Mestre Rindú, da Caceteiras de São Cristóvão, falecido no último sábado, 06 de agosto, a quem foi prestada uma homenagem especial. “Nós tivemos duas perdas grandes recentemente. O mestre Nego de Japaratuba e o Mestre Rindú, que estava convidado para estar aqui hoje. No último Encontro de Laranjeiras o Mestre Rindú me falou sobre sua preocupação, de que os velhos estavam morrendo e os novos não queriam mais brincar. E este é uma preocupação que assumimos, buscando incentivar a permanência dos nossos grupos folclóricos”, declarou Irineu Fontes.
Também receberam Menções Honrosas a ex-prefeita de Laranjeiras Ione Sobral; Mestre Deca do Cacumbi de Laranjeiras; Mestre Sales do São Gonçalo de Laranjeiras; Mestre Dió Samba de Coco do Mosqueiro; Mestre Idelfonso do Bacarmateiros de Carmópolis; Dona Zefinha da Pisa Pólvora e Batucada Buscapé de Estância; Mestre Zé da Biné Chegança Santa Cruz de Itabaiana; Dona Iolanda do Samba de Coco da Barra dos Coqueiros; e Mestre Gerson Santos Silva dos Parafusos de Lagarto.
No final do lançamento, o público também pôde assistir animada apresentação do grupo folclórico São Gonçalo Mirim, de Laranjeiras. A exposição segue aberta durante todo o mês de agosto, no Corredor Cultural Irmão, que fica na sede da Secult, localizada na Rua Vila Cristina, 1051, Bairro 13 de julho, Aracaju.
Exposição (Foto: Secult/SE)
Dona Nadir e crianças (Foto: Secult/SE)