Cícero Alves dos Santos, o Véio - Madeiro de grife
Da matéria dura e lenhosa das matas, dos resíduos da devastação ambiental, ele impõe sua ação mágica de transformação. Mãos talentosas desbastam e sulcam o lenho sertanejo até gerar fantasia, colocam toques de cor e sonho criando a riqueza da sua arte. Assim Cícero Alves dos Santos personaliza sua imaginação e imprime sua marca na madeira – eis a assinatura: Véio. Mais de 70 anos, o escultor traz no semblante a força do sertão e a pureza do verdadeiro artista. Nunca se moldou a tendências, nem se deixou levar por modismos ou imposição de encomendas. Sua marca é original e desde o nascedouro, com a força inconsciente e intuitiva da criatividade maior, já destinava abrir caminhos das caatingas para o mundo. Elevado à serenidade e austeridade de uma braúna, Véio tornou-se referência e grife de sucesso.
Em meio ao entusiasmo das descobertas pelo mundo, do frenesi de galeristas que o veem como nova mina de ouro e a indiferença entre os seus, Véio abre pujantes e tortuosas trilhas no difícil e competitivo mundo das artes visuais. Ainda reclama de mais acolhimento para suas peças na sua terra natal, tem sugestões originais de empreender turismo cultural no sertão e continua trabalhando, trabalhando muito.
No roteiro de idas e vindas, do interior para a Grande Aracaju e vice-versa, instalou um novo ateliê na casa de dois pavimentos na Barra dos Coqueiros com um tesouro de peças. Muitas delas despontam em revistas renomadas e nos ambientes mais requintados do design e arquitetura contemporânea. Em entrevista exclusiva para a ArteAmbiente, o artista recebeu Ronaldson Sousa em sua residência, pertinho do mar, para um bate-papo muito especial e revela um sonho.
ArteAmbiente – Hoje o senhor é um artista consagrado com visibilidade internacional. A que se deve seu sucesso?
Confira entrevista completa no site da Editora ArteAmbiente, por Ronaldson Sousa.