Energia solar em casa: 6 cuidados que fazem diferença antes de instalar
Investir em energia solar pode reduzir a conta de luz e dar mais autonomia à casa, mas exige atenção antes da instalação

Muita gente enxerga na energia solar uma saída definitiva para fugir do sobe e desce das tarifas de luz. E não é exagero. O Brasil passou de 3 milhões de sistemas instalados em residências e pequenos comércios, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Mas, por trás da promessa de economia, existem decisões técnicas e regulatórias que influenciam o sucesso do projeto.
Instalar painéis solares não é como trocar uma lâmpada. É mais próximo de reformar o telhado ou mexer na estrutura elétrica: exige planejamento, bons profissionais e atenção às regras. Veja seis pontos essenciais que ajudam a evitar dor de cabeça e fazem o investimento valer a pena.
1 - Estude o espaço disponível no imóvel
A primeira pergunta não é sobre economia, e sim sobre viabilidade. O telhado recebe sol direto durante a maior parte do dia? Há muitas sombras, por causa de árvores ou prédios próximos? A inclinação das telhas favorece a captação? A eficiência do sistema depende destas respostas. Se o espaço for pequeno ou mal posicionado, talvez valha pensar em outro modelo de economia de energia.
2 - Entenda o consumo da casa
Quem usa o ar-condicionado no verão inteiro consome muito mais que uma casa que fica vazia durante o dia. Por isso, é importante levantar o histórico da conta de luz e calcular a média mensal. Esse dado serve de base para dimensionar o sistema de geração. A pressa para instalar pode levar a uma estrutura subdimensionada ou, pior, maior do que o necessário, o que encarece o projeto.
3 - Escolha profissionais com experiência no setor
O mercado de energia solar cresceu rápido e atraiu muitos prestadores de serviço. Nem todos entregam a mesma qualidade. Procurar empresas com histórico, CNPJ ativo e avaliações de clientes faz diferença. Também vale verificar se os equipamentos têm certificação nacional. Lembre que o sistema vai operar por 20 anos ou mais. Um erro de instalação pode comprometer a durabilidade.
4 - Regularize o sistema na distribuidora
Antes de começar a gerar energia, o sistema precisa de aprovação da distribuidora local. Isso inclui o envio de documentação técnica, análise do projeto e autorização para conexão à rede. É uma etapa burocrática, mas obrigatória. Ignorar essa parte pode atrasar a ativação ou impedir o uso dos créditos de energia.
5 - Planeje o investimento com pé no chão
O custo de um sistema residencial varia bastante, mas gira entre R$ 15 mil e R$ 25 mil. Para muitos, isso representa um esforço financeiro considerável. A boa notícia é que o retorno costuma vir em cinco ou seis anos, às vezes até menos, dependendo do consumo. O ideal é fazer simulações e buscar linhas de crédito específicas, que já incluem prazos compatíveis com esse tipo de retorno.
6 - Fique atento às novas regras de compensação
Desde 2023, o setor discute a chamada “taxação de sol”, um apelido dado à cobrança pelo uso da rede elétrica por quem gera a própria energia. A cobrança não é sobre o sol em si, mas sobre a infraestrutura usada para injetar e consumir energia da rede.
Ainda assim, especialistas destacam que o modelo segue vantajoso. Quem instalou o sistema até a virada das regras tem direito à isenção por vários anos. Além disso, mesmo com a taxação de sol, o custo-benefício da energia solar se mantém, principalmente em regiões com alto índice de radiação e tarifas elevadas.
Energia limpa, mas com planejamento
A ideia de ter uma casa gerando a própria energia é atraente e, na prática, possível. Mas, para que a economia se confirme no dia a dia, é preciso cuidar de cada detalhe antes da instalação. Um projeto bem planejado evita surpresas e transforma a energia solar em uma escolha que vai além da conta de luz: vira um investimento na estrutura da casa e no futuro da família.