Novo ministro da Educação meteu o pau no governo

DANDO UM GIRO POR AÍ  ::  Por José Lima Santana

Capa da Revista Brasileiros - março 2015 (Foto: Divulgação)

Novo ministro da Educação meteu o pau no governo

Em entrevista publicada na edição de março da revista “Brasileiros”, Renato Janine Ribeiro, ministro da Educação a ser empossado, disse que a presidente Dilma Rousseff não faz política, tem uma concepção de governo “autoritária” e não dá autonomia aos ministros. Para ele, o governo de Dilma foi “uma decepção do ponto de vista econômico” e por isso é obrigado agora a adotar uma política “tucana”. Disse Janine: “Na verdade, é uma concepção de governo que não precisa prestar contas à sociedade. É isso que a Dilma está mostrando. Uma concepção de governo muito inquietante, porque é, no limite, autoritária. Adota as medidas que precisam ser adotadas, mas não explica. E não explica por que prometeu fazer uma coisa e está fazendo o contrário”.
O ministro a ser empossado estampa a capa da revista que está nas bancas. No site da publicação, a entrevista, intitulada “A política e a perda do discurso ético”, foi ao ar no último dia 16, pouco menos de duas semanas antes de Janine ter sido convidado para ser ministro da Educação.
Na entrevista, ele defendeu que Patrus Ananias, atual ministro do Desenvolvimento Agrário, “teria mais o perfil” para ser o candidato petista à Presidência da República, no ano passado, mas, de acordo com suas palavras, Lula escolheu Dilma por ser “mais próxima do empresariado”.
Quem disse tudo isso não foi nenhum oposicionista. Nem a mídia golpista. Nem mesmo o inocente Eduardo Cunha. Foi o professor de Ética e Filosofia Política. Foi o futuro ministro, antes de ter sido convidado para o posto. Durma com um barulho desses. Voz petista contra o petismo dilmista. Será que Dilma vai lhe dar autonomia? A conferir.

A queda dos ministros
Dois já se foram antes de completar o terceiro mês de governo: o ministro da Educação e o ministro da SECOM. Falaram demais. Caíram de maduros antes do tempo. Ou já era tempo? Ao menos no caso de Cid Gomes, cuja nomeação desgostou muita gente? E já é dada como quase certa a mudança do ministro do Turismo, por conta de ajustes políticos. Se continuar assim, até o São João muitos ministros vão pular fogueira e dançar baião.

No Senado e na Câmara
A presidente Dilma Rousseff parece estar costurando uma reaproximação com o presidente do Senado, o pouco sabido Renan Calheiros. Contudo, com o presidente da Câmara ainda é preciso muito açúcar para adoçar a relação. O pastor Eduardo Cunha quer Dilma rezando de acordo com a sua Bíblia. Mas parece que Dilma não é de rezar muito não. Vamos ver quem vai pedir primeiro a ajuda dos céus: Dilma ou Cunha. Ela ou ele, enfim, vai acunhar legal. Eu, hein?

Assaltos na linha verde
Na semana passada vieram à tona ocorrências de assaltos na linha verde, que liga Sergipe à Bahia. A violência come solta no país inteiro. A cada dia que passa tem-se a sensação de que se está perdendo a batalha contra a violência. Que isso não se confirme. Que os governos cumpram com o seu papel. Porém, quem transitar pela linha verde corre o risco de ficar amarelo. De medo. Vôte, peste!

Disputa pela Prefeitura de Aracaju em 2016
Há quem diga que será acirrada. Mais ainda do que a de 2012. O PT, segundo o deputado federal João Daniel, pretende ter candidato. Ou candidata. O PCdoB quer Edivaldo Nogueira na disputa. O PSB ainda sonha com nova candidatura de Valadares Filho. O PSC também anuncia que deverá ter candidato. André Moura? O PMDB, que, antes, anunciava a possibilidade de ter candidato, agora já acena com a possibilidade de indicar o candidato a vice-prefeito de João Alves Filho, que poderia ser Robson Viana. E ainda tem outros partidos no páreo. Viuvinha cobiçada da gota! Está mais cobiçada do que mulher nova, bonita e carinhosa, como diz a música interpretada por Amelinha. O tipo de mulher que faz um homem gemer sem sentir dor. Assim parece ser a PMA. Só que no ano que vem, muitos candidatos deverão gemer e sentir dor. A dor da derrota. Afinal, só um pode ganhar a eleição. É “soda”, como dizia “Fócrates”. Quá, quá, quá.

Jackson Barreto vai pra casa?
Quem não lembra que o governador Jackson Barreto, após a eleição do ano passado, conclamou João Alves e Valadares, ou seja, os “velhos” políticos a tomarem o rumo de casa? Ele próprio disse que iria para casa. Alguém acreditou? Não...? Pois eu, sim. Acredito que JB não tem outro pensamento para 2018 a não ser ir para casa. Para a Casa Alta, isto é, o Senado Federal. Jackson pensa. Jackson trama. Jackson sabe o que já passou na vida política. Sabe exatamente quem lhe fez tropeçar, aqui ou ali. Só não sei se sabe devidamente reconhecer quem lhe ajudou ao longo do tempo. Porém, ele deve saber o que terá que fazer. Ele fará com que aliados digam o que ele quer que seja dito. E quem quiser caia no disse-que-disse. Só ele mesmo, JB, não dirá nada. Por enquanto. O bicho está na moita. Quieto? Qual nada! Está traquinando. Quem for besta, que beba gás.

João Alves tomando fôlego
Precisa. Depois de um início de ano tumultuado por conta, especialmente, dos fiascos produzidos em face do lançamento do IPTU, que gerou consequências politicamente desfavoráveis, o Negão precisa de fôlego novo. Administrativamente e politicamente. Na administração ele está tentando alguma coisa em torno daquilo que era (já se pode usar o tempo passado do verbo?) a EMSURB, cujas atividades serão fatiadas entre a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a EMURB. Vai dar certo, a mudança anunciada? Tomara. Afinal, mais do que o prefeito, o povo precisa que os serviços municipais melhorem.
Melhore esse negócio aí, João! Ô cara? Você pensa que voto virou bombom açucarado, que se compra em bodega de ponta de rua? Se pensar, lascou-se. Desenferruja Negão!

As notas e comentários publicadas nesta coluna são de responsabilidade integral do seu autor e não representam necessariamente a opinião deste site.

(*) Advogado. Mestre em Direito. Professor do Curso de Direito da UFS. Membro da Academia Sergipana de Letras e do IHGSE.

jlsantana@bol.com.br