Governança vai muito além da mera formalidade - Entenda
Empresas que desejam expandir e alcançar a longevidade precisam vivenciar práticas de governança sólida, que vão além de regras e regulamentações.
Por muito tempo ao se pensar na governança corporativa a associação imediata era a de um sistema rígido que “limitava” a organização, mas hoje essa crença tem sido desmistificada, já que a governança é um sistema que pode gerar maior dinamismo às empresas, de maneira de que se tornem mais preparadas para alcançar seus objetivos de curto e longo prazo.
Com ampla experiência no ambiente corporativo, atuando como Advisor à frente da MORCONE, auxiliando e orientando empresas, especialmente empresas familiares brasileiras a se estruturarem para chegar aos 100 anos, Carlos Moreira aborda sobre a governança sólida como propulsora para a longevidade empresarial e sobre o conselho consultivo como um imprescindível agente no processo.
Sua empresa vive ou apenas cumpre as exigências da governança corporativa?
Governança além do papel – um novo olhar sobre o tema
Basicamente, a governança corporativa é definida como um sistema formado por princípios, regras, estruturas e processos pelo qual as empresas são guiadas e monitoradas, para seus sócios e sociedade.
Esse sistema orquestra a atuação dos agentes de governança e demais indivíduos no negócio com a finalidade da busca do equilíbrio entre os interesses de todas as partes.
Uma vez que os princípios básicos de governança: integridade, transparência, equidade e responsabilização (accountability), regem a empresa, o resultado é o aumento da confiabilidade nas esferas internas e externas.
Mas muitas organizações ainda vivenciam a governança como um sistema de regras, que na prática, representa mais “nãos” do que liberdade à empresa, o que é um equívoco.
A governança eficiente é aquela que está alinhada à cultura organizacional, aos valores e visão de longo prazo da empresa.
A governança está muito além das normas e regras, e pode impactar diretamente na sustentabilidade e inovação da empresa.
Não se trata de um sistema “rígido”, mas de um sistema organizado capaz de gerar dinamismo e maior liberdade para que a empresa possa expandir rumo à longevidade.
A empresa que ainda compreende a governança como um sistema rígido e estático, precisa rever essa crença para conseguir atingir a máxima potencialidade que uma governança sólida pode proporcionar.
Influência do conselho consultivo para uma governança sólida e eficaz
Para uma governança sólida e genuína, o conselho consultivo torna-se um catalisador essencial, por meio de sua capacidade de gerar novas perspectivas e de propor reflexões valiosas.
A diversidade de conhecimentos no corpo de conselheiros desafia a liderança a um olhar além do óbvio, conectando a estratégia empresarial a práticas efetivas capazes de impulsionar resultados de longo prazo.
Quando empresas, especialmente as familiares, adotam um conselho consultivo estratégico, conseguem se destacar em três aspectos-chave:
Inovação – o conselho, por meio de seus especialistas de diferentes áreas, permite que a empresa esteja sempre à frente quanto às tendências de mercado e tecnologia.
Resolução de desafios complexos – através de uma visão externa e imparcial, o conselho aponta os melhores caminhos para superar barreiras e melhorar a eficiência no negócio.
Fortalecimento da cultura empresarial – o conselho também atua como um “espelho crítico” na empresa, que favorece para que as ações da liderança estejam alinhadas aos valores e propósito do negócio.
Além disso, vale salientar alguns exemplos práticos em que o conselho consultivo é essencial.
Transição de liderança em empresas familiares – muitas empresas enfrentam dificuldades no momento de implementar um planejamento sucessório. O conselho consultivo é essencial para o desenvolvimento de um plano de sucessão claro de acordo com a realidade do negócio, envolvendo todos os sócios e herdeiros, inclusive, em programas de desenvolvimento de liderança, de maneira que a empresa possa fazer a transição sem que isso impacte em sua competitividade no mercado.
Expansão internacional – uma empresa de tecnologia deseja expandir suas operações para mercados internacionais, mas não tem ampla experiência nessa área, sendo assim, o conselho consultivo que tenha profissionais com conhecimento na área de comércio exterior e inovação pode oferecer importantes insights acerca de regulamentações, padrões culturais e sobre estratégias de entrada em novos mercados.
Reposicionamento de marca – imagine um cenário de uma empresa consolidada no mercado, mas que ao longo dos anos têm perdido relevância entre os seus consumidores. O conselho consultivo pode apoiar a reestruturação da estratégia de branding do negócio. A diversidade de experiência no conselho pode trazer ideias disruptivas levando a uma campanha de reposicionamento capaz de modernizar a percepção da marca por meio de seus consumidores.
Viu só como o conselho consultivo é fundamental para que a empresa consiga vivenciar uma governança sólida que ultrapassa a formalidade gerando impactos reais e duradouros?
Práticas de governança sólida que inspiram transformação
A governança sólida é capaz de:
Engajar lideranças
A governança que transforma é aquela que consegue engajar as lideranças da empresa no processo. É preciso alinhamento de visão e consistência em ações, e novamente destaco o papel do conselho consultivo como importante agente no processo.
Gerar transparência nas tomadas de decisão
Tomar boas decisões é um diferencial competitivo e está entre os principais desafios entre as empresas ao redor do mundo. A transparência no processo é o que estreita o vínculo entre a empresa e todos os públicos de interesse e a visão externa e imparcial do conselho consultivo também é crucial.
Guiar um planejamento estratégico claro
Há aquelas empresas que erroneamente enxergam a governança como um mecanismo que reage a problemas, mas vai além, a governança é guiada por princípios que orientam cada decisão. O conselho consultivo é o mecanismo também capaz de “confrontar” em casos em que o negócio não está sendo fiel aos seus propósitos em determinadas ações.
Essas medidas, além de fortalecerem a cultura da empresa, também impactam na melhora de seu desempenho, tirando-a de um lugar de conformismo, para um posicionamento de contínua transformação e crescimento.
Implementando uma governança corporativa dinâmica
Uma governança eficiente que vai muito além da formalidade depende de importantes fatores.
É preciso compreender a governança atual por meio de um diagnóstico que identifique os principais pontos cegos, práticas obsoletas e áreas ligadas à governança que precisam ser melhoradas. Essa avaliação precisa ser minuciosa e o mais imparcial, sendo assim, o conselho consultivo é primordial para extrair o máximo potencial da governança na empresa.
Muitas empresas têm o crescimento prejudicado quando não conseguem enxergar além do óbvio e das vicissitudes de sua gestão, sendo assim, o conselho consultivo é a peça-chave fundamental para manter a empresa engajada sobre as principais tendências de mercado e inovações.
Uma governança sólida muito além das formalidades depende diretamente do preparo das lideranças que inclui o desenvolvimento de habilidades como o pensamento crítico, gestão de mudanças e comunicação transparente.
O monitoramento constante dos impactos das mudanças implementadas também é essencial para que a empresa siga no caminho certo e, mais uma vez, o conselho consultivo assume papel indispensável para o monitoramento, proporcionando uma visão crítica e ajustes, conforme necessário.
Uma governança sólida é aquela que transcende as exigências formais e que promove inspiração, fortalece a cultura da empresa e contribui para sua longevidade. Sua empresa já investe no conselho consultivo para uma governança eficaz?
Carlos Moreira - Há mais de 37 anos atuando em diversas empresas nacionais e multinacionais como Manager, CEO (Diretor Presidente), CFO (Diretor Financeiro e Controladoria), CCO (Diretor Comercial e de Marketing). e Conselheiro Administrativo