FPI do São Francisco: 10 toneladas de madeira são apreendidas em área de caatinga nas proximidades de Monte Alegre
Na manhã desta quinta-feira, 24, a FPI do São Francisco apreendeu cerca de 10 toneladas em área de caatinga nas proximidades do município sergipano de Monte Alegre. De acordo com o coordenador da Equipe Flora (composta por diversos órgãos fiscalizadores), Romeu Boto, a FPI/SE conseguiu evitar um desmatamento da região no seu início.
FPI do São Francisco: 10 toneladas de madeira são apreendidas em área de caatinga nas proximidades de Monte Alegre (Imagem: Assessoria FPI/SE | Transcrita do CAOp/MP/SE)
FPI do São Francisco: 10 toneladas de madeira são apreendidas em área de caatinga nas proximidades de Monte Alegre (Imagem: Assessoria FPI/SE | Transcrita do CAOp/MP/SE)
Para se ter ideia do quanto essa prática é prejudicial, Alberto Santana, analista ambiental do Ibama da Bahia, que acompanhou os trabalhos da equipe Flora da FPI/SE, reforçou que este é um dos biomas mais ameaçados do Brasil.
“A caatinga, como se observa, vem sem sendo degradada no seu cotidiano. E percebemos que um dos portes arbóreos da caatinga do maior significado dentro do estado de Sergipe está sendo devastado.Portanto, o objetivo de barrar esse desmatamento significa dizer que os trabalhos da FPI estão sendo concretizados”, enfatiza o analista ambiental.
A equipe Flora conta com a forte atuação dos seguintes órgãos: Ibama; Emdagro; Semarh/SE; Adema; Pelotão Ambiental da PM; SRTE/SE; e MPT/SE.
Importância da Caatinga
A caatinga, apesar de sua aridez, é rica em biodiversidade animal e vegetal, pois abriga 1/3 de espécies endêmicas brasileiras e é considerado um bioma exclusivo do Brasil. Em razão das atividades humanas degradadoras, em especial o desmatamento, a caatinga já perdeu 46% da sua área e caminha para a desertificação.
“Os principais impactos ambientais são a formação de grandes latifúndios para a criação de gado, desmatamentos para formar pastagens e implantar indústrias, exploração irregular de recursos hídricos, de combustíveis fósseis e projetos de irrigação e drenagem executados sem critério, que provocam a salinização do solo ou o assoreamento dos açudes”, informação retirada do site Educacional Bioma da Caatinga.
Mais de 400 profissionais
Estão participando da Fiscalização Preventiva Integrada do São Francisco da Tríplice Divisa (FPI) mais de 400 profissionais que envolve os estados de Sergipe, Bahia e Alagoas. Aqui no estado a FPI tem a participação de 32 entidades, entre elas órgãos federais e estaduais, e instituições da sociedade civil.
Esta é a segunda etapa da FPI do São Francisco em Sergipe, porém, é a primeira de grande porte, já que dessa vez conta com 12 equipes em campo: saneamento (resíduos sólidos/esgotamento sanitário/ abastecimento de água) mineração e cerâmica; fauna; flora; espeleologia; aquática; abate clandestino; patrimônio cultural; comunidades tradicionais; gestão ambiental; agrotóxicos; e apoio e inteligência.
Órgãos envolvidos na FPI/SE
Os órgãos envolvidos na FPI de Sergipe são: Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de Sergipe, Ministério Público do Trabalho – MPT, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA , Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – SEMARH, Administração Estadual do Meio Ambiente – ADEMA, Pelotão de Polícia Ambiental (Ppamb) da PMSE, Superintendência Federal de Agricultura em Sergipe SFA/SE, Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – EMDAGRO, Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Divisão de Vigilância Sanitária do Estado de Sergipe – DIVISA/SE, Polícia Rodoviária Federal em Sergipe – PRF/SE, Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) da PMSE, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Sergipe – SRTE/SE, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe - CREA/SE, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- IPHAN, Secretaria de Estado da Cultura – SECULT, Universidade Federal de Sergipe – UFS, Capitania dos Portos de Sergipe, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, Secretaria de Patrimônio da União – SPU, Polícia Federal, Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, ONG Centro da Terra, Grupamento Tático Aéreo da PMSE, Fundação Cultural Palmares, Secretaria de Meio Ambiente do Município de Aracaju – SEMA, Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, Vigilância Sanitária de Sergipe, Secretaria Federal de Agricultura e Museu de Arqueologia de Xingó (MAX).