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Aracaju (SE), 15 de agosto de 2025
POR: José Lima Santana
Fonte: José Lima Santana
Em: 15/08/2025 às 14:22
Pub.: 15 de agosto de 2025

Maldita polarização :: Por José Lima Santana

José Lima Santana*

José Lima Santana (Imagem: Arquivo Pessoal/José Lima Santana)

O Brasil amarga as consequências da polarização política, a mais nefasta, talvez, de toda a história da República Brasileira. Dois lados, dois agrupamentos políticos que vêm se confrontando desde a eleição presidencial de 2014, no embate entre Dilma Rousseff e Aécio Neves. A fervura aumentou em 2018 e chegou às raias do absurdo em 2022. A tendência é de que o acirramento cresça estupidamente em 2026, sobretudo, a depender de quais serão os principais postulantes ao Palácio do Planalto.

A Operação Lava-Jato parecia ser a redenção dos opositores de Lula. Preso, enfrentou o “magistrado-chefe” da Operação e tudo o mais. No Judiciário, deu a volta por cima. Ah, para os seus opositores, o Judiciário errou! Para os seus seguidores, o Judiciário acertou ao desmantelar, por questões formais, as apurações da tão propalada Operação. Um sítio e um tríplex, eis os motes principais para incriminar o então ex-presidente. Não sou petista, nem anti-petista. Na verdade, tenho minhas restrições aos agrupamentos de Lula e, principalmente, de Bolsonaro. Todavia, reconheço que Lula teve a coragem de enfrentar a condenação e a prisão. Não fez como o outro, choramingando por aí e tentando, sim, tentando, via filhos e aliados, desmerecer as decisões do ministro Alexandre de Moraes. Decisões desse tipo devem ser combatidas na via judicial. Foi o que Lula fez. 

“Xandão”, como alcunharam o ministro Alexandre de Moraes, é o bode expiatório da vez. Tanto dos bolsonaristas, aqui dentro, como do bolsonarista-mor lá fora, o endoidecido, o aloprado presidente Donald Trump. Além de “Xandão”, outros ministros do STF estão na mira do “presidente alaranjado”. Não escondo a minha repulsa por esse sujeito, especialmente porque, desde o meu tempo de menino, torço pelos democratas, nas eleições do Tio Sam, por causa de John Kennedy, que me cativou. Era o tempo dos líderes mundiais sorridentes: Kennedy, Kubitschek, João XXIII etc. E de juízo. 

A sanha ridícula, assassina, posso dizer, do maluco chamado Trump em taxar de forma esdrúxula os produtos dos países que o possam contrariar, de um ou de outro modo, não é compatível com as relações internacionais, na área do comércio exterior. A superproteção aos produtos americanos é uma coisa insana, que foge aos princípios da economia de mercado. O que se tem como patente é a “voz do xerife alaranjado”, como se estivéssemos no Velho Oeste lá deles, com os lendários xerifes, alguns que, outrora, foram bandidos, e regeneraram-se para usar uma estrela de lata no peito. O “xerife” de agora não tem estrela de lata no peito, nem parece ter se regenerado. Basta ver as acusações e condenações que pesam contra ele, na Justiça norte-americana. 

No passado, os ianques, com a força de suas armas, impuseram o que bem quiseram aos países da América, notadamente, da América Latina. Lideranças internas, em vários países dessa nossa parte das Américas, corruptas, entreguistas, lambendo as botas lá deles, associaram-se a eles para, às claras ou nas penumbras, perturbarem a vida nacional desse ou daquele país. Promoveram golpes de Estado, defenestraram mandatários eleitos pelo povo, em especial aqueles tidos por eles, os ianques, como “comunistas”. Na verdade, aqueles que se opunham à política externa do Tio Sam, segundo a interpretação deles para a Doutrina Monroe: “A América para os americanos”. Que virou, para eles: “A América (e o mundo) para os norte-americanos”. 

Muitas águas ainda vão rolar nos rios caudalosos das relações internacionais. Muitas águas haverão de rolar em nossas águas internas. Águas da vida política nacional, com os dois blocos, situacionista e oposicionista, em contínuo confronto. E com os blocos políticos vão os agregados, os que endeusam um e mitificam o outro, de forma insana. 

Quem sofre com isso? O Brasil e o seu povo. Mas, uma coisa é certa: a soberania nacional deve ser defendida a todo custo. Enfrentar Trump pode ser uma situação difícil, até inglória. Rebaixar-se a ele, porém, é vergonhoso. Tenhamos, pois, vergonha na cara.

*Padre (Paróquia Santa Dulce dos Pobres – Aruana - Aracaju), advogado, professor da UFS, membro da ASL, da ASLJ, da ASE, da ADL e do IHGSE.


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