Bolt sobra nos 200m e festeja ao som de reggae: "O maior de todos os tempos"
Jamaicano seguiu roteiro de filme premiado à risca: show na pista, oitavo ouro no peito e Bob Marley no sistema de som.
Bolt beijou a pista do Estdio Olmpico do Rio de Janeiro como forma de adeus, aps disputar sua ltima prova individual em Jogos Olmpicos (Foto: Roberto Castro/ME)
Quando venceu os 100m nos Jogos Olímpicos Rio 2016, na noite do dia 14 de agosto, o jamaicano Usain Bolt foi perguntado sobre a música que gostaria de ouvir para celebrar. A resposta foi “One Love”, de Bob Marley. Nesta quinta-feira (18.08), o DJ do Estádio Olímpico já estava com a faixa engatilhada. E foram os acordes do grande sucesso jamaicano que embalaram a caminhada do homem mais rápido do mundo após a vitória nos 200m.
O roteiro parecia escrito de antemão. Estádio lotado, 22h30, entra em cena o protagonista. A plateia enlouquece. Ele faz graça com os torcedores, segue até o local de partida, olha para as câmeras, levanta a sobrancelha e se concentra. Silêncio para o tiro de largada. Olhos fixos e respirações presas, passam-se exatos 19 segundos e 78 centésimos até que as arquibancadas explodem em euforia. O mundo já vira esse filme outras vezes, mas continua hipnotizado.
Muito à frente dos concorrentes, mas dessa vez sem sorrir ou reduzir o ritmo, Usain Bolt garantiu sua oitava medalha de ouro olímpica. O primeiro homem no planeta a vencer três vezes os 200m e os 100m livre. Começa então a caminhada pela pista, sem pressa, para agradecer o apoio. No sistema de som, “One Love”, de Bob Marley. “É minha canção favorita. Acho que todos deveriam se amar”, diria depois o campeão.
A letra da canção fala “Vamos todos nos unir e nos sentir bem” e o talento de Bolt cumpre à risca essa missão. Mas e se Bob Marley ainda fosse vivo e pudesse escrever uma canção em homenagem a Usain? Qual seria o título? “The Greatest of All Time” (O melhor de todos os tempos), responde Bolt. E todos se unem em risos, cientes de que essa marra toda também faz parte do carisma do velocista.
“Ser oito vezes campeão olímpico é maravilhoso, a prova dos 200m significa muito mais para mim. Não tem nada mais que eu possa fazer. Provei ao mundo que sou o maior de todos. Foi para isso que vim para cá e é isso que estou fazendo. Por isso disse que estes são meus últimos Jogos Olímpicos. Não tenho mais nada a provar”, avisou o jamaicano.
Bolt sobra nos 200m e festeja ao som de reggae: "O maior de todos os tempos" (Foto: Roberto Castro/ME)
Cansaço
Ele lamentou apenas não ter quebrado o recorde mundial. Daí a ausência do característico sorriso ao cruzar a linha de chegada. “Sabia que seria difícil quebrar o recorde. Minhas pernas me disseram ‘olha, a gente não vai correr mais rápido’. Não estava totalmente feliz, mas fiquei satisfeito por ter conseguido a medalha de ouro. Nunca fico desapontado com nada do que faço. Estou me sentindo cansado, mas bem. O principal foi ter vencido”, afirmou.
O beijo que deu na pista do Engenhão e a volta olímpica com as bandeiras de Jamaica e Brasil foram para festejar em grande estilo sua última prova individual em Olimpíadas. Mas o mundo ainda poderá vê-lo em ação nos Jogos pelo menos mais uma vez: na final do revezamento 4 x 100m masculino, marcada para esta sexta-feira (19.08), às 22h35. Em Pequim-2008 e Londres-2012, Usain também levou o ouro nessa prova e agora pretende encerrar com o "triplo ouro três vezes" sua impressionante carreira olímpica.
Antes mesmo do adeus definitivo, Bolt já consegue resumir sua trajetória. “Eu fiz tudo que eu podia. Coloquei a Jamaica no mapa”. Antes dele, só Bob Marley.
Outros resultados
Pela manhã, foi disputada a final dos 400m com barreiras masculino. O americano Kerron Clement ficou com o ouro ao marcar o tempo de 47s73. O queniano Boniface Mucheru fez 47s78 e levou a prata. O bronze foi para o turco Yasmani Copello, com o tempo de 47s92.
No lançamento de dardo feminino, a croata Sara Kolak, com 66m18, levou o ouro. A prata ficou com a sul-africana Sunette Viljoen, com 64m92. Barbora Spotakova, da República Tcheca, garantiu o bronze com 64m80. Nos 400m com barreiras feminino, ouro para a americana Dalilah Muhammad, com 53s13; prata para a dinamarquesa Sara Petersen, 53s55; e bronze para a também americana Ashley Spencer, com 53s72.