O papel do fonoaudiólogo no processo de amamentação
Profissional tem papel fundamental na avaliação e orientação de mães e bebês

O Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e o complementar até 2 anos ou mais. Campanhas como o Agosto Dourado são fundamentais para que estas e outras informações alcancem a população, pois tem um impacto positivo na saúde pública como um todo.
Assim como outros profissionais de saúde, o fonoaudiólogo tem um papel fundamental na avaliação e orientação de mães e bebês durante o aleitamento materno, identificando e corrigindo possíveis dificuldades na pega, sucção, deglutição e respiração. Esse trabalho contribui para o sucesso da amamentação e a prevenção de problemas futuros de fala, mastigação, respiração oral e desenvolvimento facial. Além disso, atua em casos de anquiloglossia (freio lingual curto), prematuridade e síndromes.
A professora do curso de Fonoaudiologia da UNINASSAU Aracaju, Isabel Sabatini, explica como o fonoaudiólogo pode garantir a eficiência da amamentação. “Avaliamos o funcionamento global do neonato e lactente pelos seguintes aspectos: pega correta da mama, padrão de sucção como ritmo, coordenação sucção-deglutição-respiração, grupos de sucções/pausa, sinais de fadiga e alterações de deglutição”, explica.
A professora acrescenta que as estruturas orofaciais do bebê também são avaliadas. Isso se refere à postura e/ou tonicidade de lábios, língua, bochechas, mandíbula e palato, além de associar sinais clínicos, como ganho de peso.
Qual a importância da sucção correta para o desenvolvimento oral?
Ela fortalece a musculatura oral, o crescimento equilibrado dos ossos e da face, a postura adequada da língua e o desenvolvimento funcional da respiração, deglutição e futura mastigação e fala. “Ainda previne a ocorrência de infecções de ouvido, evitando complicações na audição”, destaca a professora.
Quais os casos em que a atuação do fonoaudiólogo é essencial?
Em situações em que há dificuldades na amamentação, como pega inadequada, sucção ineficiente, presença de freio lingual alterado (anquiloglossia), prematuridade, síndromes genéticas, alterações neurológicas, baixo ganho de peso, disfagia neonatal e dificuldade na coordenação entre sucção/deglutição/respiração. “O fonoaudiólogo também está à frente do processo de transição da via alternativa de alimentação para a volta ou início do aleitamento materno. Tanto com a terapia fonoaudiológica, para viabilizar a sucção e deglutição seguras, quanto com as técnicas, como a translação”, finaliza Isabel.