O que fazer quando chega a fase de birras do bebê?
Também conhecida como adolescência dos bebês, essa fase costuma acontecer aos dois anos de idade.
O que fazer quando chega a fase de birras do bebê? - Foto: Assessoria Datitia
Essa fase é tratada por especialistas como a “adolescência dos bebês”, que é quando a criança deixa de ser passiva e passa a se mostrar cheia de vontades e literalmente berra quando se sente contrariada.
Como lidar com a fase da criança que quer tudo e ponto final?
Por mais estressante que essa fase possa ser para a criança e os pais, é perfeitamente normal para o desenvolvimento da criança.
O professor do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia em Davis e presidente de conselho da organização Zero to Three, dedicada a crianças até três anos de idade, explica que aos dois anos a criança desenvolve uma grande capacidade de interação, mas as áreas de autorregulação em seu cérebro ainda não se desenvolveram.
Nessa idade, a criança ainda não tem qualquer capacidade de controlar as suas emoções e não faz nada com o intuito de provocar ou de “desafiar a autoridade” dos pais, ela só quer expressar suas vontades e o grande desafio é conseguir ajudar essa criança a colocar os seus sentimentos em palavras, para que consiga gerenciá-los.
Dando as ferramentas para que a criança consiga lidar com as suas emoções
A loja de roupa infantil, Datitia, também especialista em assuntos sobre comportamento infantil e maternidade, apresenta a seguir importantes ferramentas para que os pais possam ajudar a criança nessa importante fase.
Crianças que batem
Nessa fase dos dois anos, as crianças, por não conseguirem expressar sua frustração por meio de palavras ou se acalmar, passam a reagir fisicamente.
Especialistas orientam que os pais expliquem ao bebê o que ele pode estar sentindo, como, por exemplo:
“Você está chateado, mas não podemos ir ao parque agora. Quando estiver triste, bata nesse tambor (*ou qualquer instrumento em que possa descarregar energia), em vez de bater nas pessoas.”
Esse será um trabalho de repetição e, com o passar do tempo, a criança vai entendendo as próprias emoções e os recursos que têm para conseguir lidar com elas.
Estabelecendo a calma no momento da birra
Quanto mais os pais validarem o que a criança está sentindo, menos ela sentirá a necessidade de expressar suas emoções de maneira agitada e intensa.
É importante ajudar o bebê a expressar em palavras o que está sentindo (raiva, frustração, irritabilidade, etc.).
Vale ressaltar que os momentos de frustração que são expressos por meio do choro, são importantes para que a criança se desenvolva e consiga se acalmar.
Estabelecendo limites
Talvez o maior desafio para os pais seja o de não ceder às birras da criança, porque se isso ocorrer, naturalmente a criança entende que se fizer birra, conseguirá tudo o que deseja.
Em um momento de recusa ao cinto de segurança, por exemplo, os pais o colocam e é fundamental que a criança perceba que existem muitos momentos em que mesmo que ela faça birra, o que ela não quer precisará ser feito.
Não, o seu filho não está te manipulando
Muitos pais quando se sentem esgotados em vez de imporem limites aos filhos, entram em uma espécie de “cabo de guerra com a criança”.
Não adiantará discutir com a criança, lembra que ela ainda não consegue entender as próprias emoções? Discutir só aumentará ainda mais a tensão.
A criança dirá coisas como “te odeio”, tentará bater, e esses são comportamentos típicos nessa fase da infância, por isso, é importante que os pais se mantenham calmos e não deem tanto foco ao momento de birra depois de orientarem a criança.
Permitir que a criança faça escolhas
As crianças nessa fase querem tomar as próprias decisões e para que os pais possam equilibrar suas discussões com os filhos, é recomendado permitirem que elas façam pelo menos duas escolhas ao longo do dia.
Não existe tapa educativo!
Especialistas apontam que a palmada, que muitas pessoas defendem como imposição de limites ou para tirar a criança de situações que sejam perigosas, não ajuda de forma alguma no processo educativo, ainda mais em uma fase tão importante quanto essa dos dois anos de idade.
A palmada reflete na sensação da criança de que não é amada o suficiente e, ter essa percepção, poderá afetá-la no resto de seu desenvolvimento.
Quando a criança recua diante de um tapa ou grito, está fazendo por medo e não porque consegue controlar os seus sentimentos.
Nessa fase difícil e necessária a todas as crianças, com amor e paciência, oriente.