Estudantes de Medicina acompanham atividades práticas de equipes do Samu

Parceria firmada entre a Unit e o Samu permite que alunos dos dois últimos anos de Medicina sejam supervisionados por médicos e equipes em atendimentos de urgência e emergência

Alunos do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit) em Estância (sul do estado) estão tendo a chance de aprender e vivenciar de perto a rotina das equipes de urgência e emergência do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Aracaju. O acompanhamento faz parte das atividades de internato, etapa que equivale aos dois últimos anos do curso de Medicina, na qual são intensificadas as disciplinas e atividades práticas previstas na grade curricular. Isso foi possível através de uma parceria firmada no ano passado entre a Unit e a Secretaria Estadual de Saúde (SES), sendo ela uma exclusividade promovida para os alunos da Unit em Estância. 

Essa atividade está dentro da grade de Urgência e Emergência do curso. Durante 53 dias, as turmas de oito alunos divididas em duplas são supervisionadas por um médico do Samu, que promove a orientação na execução de procedimentos médicos nos atendimentos de urgência e emergência pré-hospitalar que porventura ocorreram durante o estágio. Eles também acompanham o trabalho das equipes, compostas por enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores-socorristas, ao longo de cada turno nas bases do Samu. 

A previsão é de que a parceria entre a Unit e o Samu seja ampliada em 2025, com o aumento já previsto das turmas de internato médico no Campus Estância. Com isso, o número de alunos e turmas no acompanhamento das equipes em mais bases do Samu, também será aumentado para atender à demanda. 

Entre os que já passaram por este estágio, está a aluna Jéssica Carvalho Vieira, do 9º período de Medicina, que concluiu a disciplina de Urgência e Emergência no segundo semestre de 2024. Ela define o momento como a materialização de todo o arcabouço teórico ministrado nas salas de aula. 

“A instituição promoveu ensino aliado à prática, sempre com supervisão dos professores. Assim, desde os primeiros períodos de ensino, executei funções primárias, como se dirigir ao paciente, cuidados para evitar comportamento invasivo, a preparação do paciente para que ele pudesse falar todas as informações necessárias para a anamnese, exame físico e procedimentos não invadidos, e funções mais avançadas, como realização dos exames, intervenção física no paciente, análise de resultado de exames e discussão para diagnóstico e conduta. Nesse diapasão, a teoria se materializava quando do atendimento supervisionado”, descreve Jéssica. 

A aluna considera ainda que, muito além do que uma simples observação das atividades, esse acompanhamento permitiu o treinamento e a aplicação dos conhecimentos adquiridos durante as outras aulas teóricas e práticas, bem como o desenvolvimento de competências e habilidades interpessoais cada vez mais exigidas no atendimento ao público. 

“Não há como descrever um item que torna uma profissão satisfatória, ou mesmo exitosa. Mas posso dizer que experimentei diversas emoções durante a absorção do aprendizado e sua colocação em prática, tendo como retorno diagnósticos assertivos, leitura correta dos exames e o reconhecimento dos pacientes agradecidos, principalmente pela forma humana no atendimento”, diz Jéssica, atribuindo sua motivação para fazer Medicina ao “interesse e inspiração crescente pelo cuidado ao próximo”.