Alimentos provocam elevação da inflação e diminuição de impostos a redução :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha - Foto: Arquivo Pessoal
Dos 20 itens que mais tiveram elevação de preços no ano de 2022, 18 são alimentos, somente preços de seguros e sabão em pó são pontos fora da curva. A cebola aumentou +130,1%; o nosso tão conhecido inhame teve seu preço majorado em +63%; maçãs aumentaram +52%; a batata inglesa foi ajustada em +51,9%, os alimentos processados para bebês tiveram elevação de +42,1%; e fechando o “top 6”, a nossa sagrada farinha de mandioca teve crescimento de +38,6%, segundo os dados do IBGE, divulgados nesta semana. Alimentar-se no Brasil realmente ficou muito mais caro e isso é uma consequência direta da dependência de fertilizantes oriundos do mercado internacional, pois o Brasil até tem reservas minerais para isso, mas não possui capacidade produtiva de extração. O que nos condiciona a comprar do mercado internacional. Essa é uma condição que pode ser revertida em um médio prazo, se a Lei dos Fertilizantes for aprovada e sancionada.
Agora vejamos os seis produtos que mais baixaram no ano passado. Três deles são derivativos de nossa matriz energética. Gasolina recuou -25,78%; o etanol caiu -25,42%; energia elétrica para consumo residencial reduziu seu preço em -19%; o único alimento na lista do “top 6”, foi o abacate, com redução de -12,36%; a conta de internet diminuiu -12,09% e os consoles de videogame baixaram -11,47%. Observando a lista, dos 20 itens que mais baixaram de preço, apenas 8 são alimentos. Então o que reduziu a elevação geral de preços está mais para o que tem impacto direto da desoneração de tributação.
Se os produtos que tiveram redução da cobrança de ICMS, com a limitação imposta pelo Governo Federal, foram os que tiveram maior redução, percebe-se o quanto é importante estudar melhor o quanto pagamos de impostos e priorizar pela reforma tributária. Afinal, diminuindo o valor do imposto, mais recursos estiveram nas mãos das famílias para consumo e isso volta de forma indireta para os cofres públicos a cada compra que as pessoas realizam no comércio. O ciclo econômico com uma menor carga tributária provoca uma aceleração forte na economia, vide os resultados de vendas dos meses de agosto a novembro, que apresentaram variações consideráveis diante dos mesmos meses do ano passado.
Há uma necessidade urgente de se reestudar o que está atravancando o desenvolvimento do país, e nossa carga tributária pesada, onerativa e quase impagável é o principal fator para que nossa atividade econômica não cresça de forma significativa. O Brasil continuará o país do “voo de galinha” se não priorizarem uma reforma tributária justa com o consumidor. A prova está clara na redução dos impostos e elevação das vendas do ano passado.