Projeto do Ipesaúde tenta amenizar solidão e abandono dos benefíciários idosos
A ação acontece no Centro de Promoção a Saúde Luciano Barreto Júnior onde 40% dos pacientes atendidos são idosos.

Coordenadora do Centro de Promoção a Saúde Luciano Barreto Júnior, Cléa Dionísio
Normalmente os pacientes frequentam o centro a cada três meses e a criação desse laço de carinho e amizade é consequente. Um exemplo é de dona Bernadete Silva Santos, de 73 anos, funcionaria aposentada do Ipesaúde. Ela diz que se sente em casa. “ Mesmo que não reencontre aqui mais meus antigos colegas e amigos, aqui sou muito bem tratada, gosto demais. Aqui no “Diabetes” é uma benção”, diz. Quem concorda é a dona Josefa Marques dos Santos, 78 anos. “ Eu frequento aqui desde os tempos da Praça da Bandeira, vir para cá é uma alegria”. Os idosos chegam a passar uma manhã inteira no Centro de Promoção a Saúde, onde são atendidos por cardiologistas, endocrinologistas, nutricionistas e psicólogos.
Solidão e falta de acompanhamento
Mas, se a equipe do Ipesaúde se esforça para acolher os idosos nos poucos momentos que eles passam nas dependências do instituto, o mesmo não se pode dizer de alguns familiares. A assistente social Marília Linhares comenta que a falta de apoio e acompanhamento da família são uma das mais frequentes queixas dos pacientes. “ Muitos deles vêm para cá sozinhos, não têm mais disposição física e nem psicológica para isso. Alguns deles precisam, por exemplo, entender os procedimentos, os pedidos de exames, a administração de remédios, mas pela própria condição que se encontram não conseguem acompanhar ou assimilar e precisam desse apoio da família que não recebem”, relata Marília que disse que sempre entra em contato com as famílias nesses casos e que muitos apresentam justificativas. “ Eles dizem que não tem tempo, que precisam trabalhar, nós entendemos isso, mas é necessário haver, entre eles uma divisão de tarefas para que o idoso seja amparado”, diZ. A assistente social, explica, ainda que já houve casos que precisaram da intervenção do Ministério Público Estadual.
Grupo Apoiar
Uma preocupação das profissionais do Ipesaúde é que eles, com todos esses problemas, além das doenças que já possuem, também ficassem depressivos ou avançassem nesse quadro. “ Por isso, nós da Assistência Social, em parceria com a equipe de Psicologia da casa montamos esse grupo para esses pacientes que percebemos, durante nossas entrevistas com eles que estão muito fragilizados”, explica e acrescenta que essa é uma forma de integrá-los entre si, interagir uns com os outros, trabalhando a autoestima e também romper barreiras. “ Muitos deles ainda têm preconceito com o tratamento terapêutico, por isso, esse grupo é importante, pois a gente chega aos poucos, uma vez por mês, conversando, buscando compreendê-los. Hoje já são 20 pacientes participantes.”, diz. A reunião do Grupo Apoiar acontece nessa sexta feira, as 9h00 no Centro de Promoção a Saúde Luciano Barreto Júnior e todos os usuários idosos e familiares estão convidados a participar.