Aeronave da Força Aérea Brasileira transporta órgãos do empresário João Tarantella para estados com receptores compatíveis

Aeronave da Força Aérea Brasileira transporta órgãos do empresário João Tarantella para estados com receptores compatíveis (Foto: SES/SE)
A Organização de Procura de Órgãos (OPO) exerce papel fundamental na identificação, manutenção e captação de potenciais doadores para fins de transplantes de órgãos e tecidos, com sede no Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse). É um órgão executivo da Comissão Nacional de Transplantes de Órgãos e Tecidos, suas atividades estão estabelecidas em observância à legislação vigente sobre transplantes de órgãos e tecidos do corpo humano (vivo ou morto), com fins terapêuticos e científicos. A OPO Sergipe atua com busca ativa dentro do Huse e em todas as unidades críticas intensivas e semi-intensivas do estado, assim como nas emergências, funcionando 24 horas.
A médica em Terapia Intensiva do Huse e da OPO Sergipe, Myrna Bicudo, ressalta a importância das pessoas informarem aos familiares acerca do desejo em serem doadores de órgãos. “Que atos como esse abram diálogos nas famílias em relação a este tema, que se quebre os tabus em relação a isso. Para doar basta que os familiares autorizem. Após a finalização do protocolo, em que é identificada a morte encefálica, a família é informada sobre o direito de decisão quanto a doação de órgãos e tecidos aos parentes de primeiro e/ou segundo grau. Havendo concordância do familiar mais próximo, é assinado o termo de autorização familiar para doação”, afirmou.
De acordo com o superintendente do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho, Walter Pinheiro, é preciso debater mais este tema e quebrar os tabus em relação a doação de órgãos, que representa um ato de amor e que salva vidas. “Muito importante a gente está debatendo esse assunto de forma aberta. Sabemos o tabu que envolve essa questão, um momento tão difícil que é a comunicação de uma morte encefálica e do outro lado temos tantas vidas aguardando ansiosas uma esperança de receber esses órgãos. Aqui no Huse temos um potencial enorme de ofertar esses doadores, visto a grande quantidade de leitos de terapia intensiva e a nossa porta aberta para esses traumatismos que são os que ofertam esses potenciais candidatos a doadores. Espero que a gente evolua não só na questão de sensibilizar a sociedade, mas que a gente possa fazer acontecer em nosso estado, do ponto de vista técnico, ocorrer esses transplantes aqui”, enfatizou.
Doações em Sergipe
Desde dezembro do ano passado, a Central de Transplantes já registrou 17 doações de órgãos em Sergipe. Quando há um paciente com suspeita de morte encefálica, a equipe médica informa para a Central de Transplantes que há um possível doador. A Organização de Procura de Órgãos (OPO) vai até o local, acompanha o diagnóstico, acolhe a família e dá a oportunidade da doação.
Segundo o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Benito Fernandez, com a autorização da doação, alguns exames são realizados. “Fazemos exames sorológicos, RTPCR para Covid-19 e a avaliação de cada órgão para saber a viabilidade do transplante. Estando tudo bem, marcamos a captação e fazemos a oferta dos órgãos para as equipes de transplantes. O coração e o pulmão, por exemplo, só podem ficar quatro horas fora do corpo. Tudo tem que ser feito de forma rápida para que o receptor seja preparado pra receber o órgão”, explicou.