Filme sergipano sobre adoção e o apego emocional estreia no Festival Sercine
Conflito sobre apego e o direito à adoção montam o enredo do curta-metragem “Amparo”

No próximo dia 21 de fevereiro, às 19h, no Cinema Vitória, o curta-metragem “Amparo” estreia nas telas sergipanas na 11ª edição do Festival Sercine, realizado pela Rolimã Filmes. O roteiro do filme é de Diogo Velasco, professor Doutor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no curso de Cinema e Audiovisual. Em 2017, o roteiro recebeu menção honrosa no Prêmio Marcelo Deda, realizado pelo Núcleo de Produção Digital de Sergipe.
A direção do curta é de Lilian Sara, como conclusão do curso de Cinema e Audiovisual na UFS durante o ano de 2019. Com o período pandêmico da COVID-19, o curta acabou sofrendo empecilhos para sua finalização, mas com os recursos da Fundação Cultural Cidade de Aracaju, Prefeitura Municipal de Aracaju, Ministério da Cultura e Governo Federal, através da Lei Paulo Gustavo, foi finalizado em 2025.
Trazendo um tema tão importante socialmente como a adoção, o curta conta com um enredo que nos faz refletir sobre os sentimentos humanos e os seus direitos. Geocleciane, interpretada pela atriz Diane Veloso, trabalha no lar Amparo e desenvolve um apego emocional pelas crianças, isso desencadeia uma série de ações na tentativa de dificultar a adoção dessas crianças, em especial a adoção de Laurinha. O dilema da cuidadora desperta no público uma reflexão sobre o direito à adoção e sobre a necessidade do bem estar psicológico dos trabalhadores e trabalhadoras de abrigos.
“Essa representação do afeto que a personagem Geo cria pelas crianças do Lar Amparo no curta, é uma forma de mostrar o lado das cuidadoras e de como elas desenvolvem esse apego e esse afeto pelas crianças. Já tendo perdido a mãe, de quem ela cuidava antes de prestar serviço no lar para crianças, Geo desenvolve esse medo da perda e a cada criança que apresenta a possibilidade de ser adotada, fica em estado de alerta e sofre com isso”, relata o roteirista do curta Diogo Velasco.
O enredo parte também para uma reflexão do que é moral e aceitável socialmente dentro dessa situação. “Seria muito interessante tentar entender que a questão da adoção é um direito de todos, que a ideia é que essas crianças sejam cada vez mais adotadas por lares e famílias que tragam segurança e afeto para elas, mas mostrar também que o afeto e o apego podem se desenvolver de outras formas, inclusive por quem participa da rotina dessas crianças nos lares e abrigos”, complementa Diogo.
O curta-metragem “Amparo” tem a duração de 20 minutos e terá sua primeira exibição no 11º Festival Sercine, dia 21 de fevereiro, às 19h, no Cine Vitória, localizado na Rua do Turista, Centro de Aracaju.