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Aracaju (SE), 18 de agosto de 2025
POR: Gabriel Damásio
Fonte: Ascom Unit
Em: 18/08/2025 às 10:30
Pub.: 18 de agosto de 2025

Pesquisa desenvolve controle biológico contra pragas na citricultura

Pesquisa com fungos e óleos vegetais propõe alternativa sustentável e de baixo custo ao uso de inseticidas na produção de laranja, limão e tangerina, beneficiando pequenos produtores em todo o estado

O pesquisador Marcelo da Costa Mendonça, professor do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Saúde da Unit - Foto: Erick O'Hara/Fapitec

Uma pesquisa realizada em Sergipe busca métodos inovadores e mais eficazes de controle biológico para combater as pragas que mais afetam a citricultura, principalmente na produção de laranjas, limões e tangerinas. Eles incluem o desenvolvimento de uma solução biológica com óleo vegetal e fungo entomopatogênico para o controle de insetos causadores destas pragas, como a cochonilha (orthezia praelonga) e a mosca-negra do citros (aleurocanthus woglumi). 

O estudo é realizado pelo professor-doutor Marcelo da Costa Mendonça, do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Saúde (PBS) da Universidade Tiradentes (Unit), que também é coordenador do Laboratório de Controle Biotecnológico de Pragas (LCBiotec), ligado à Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). Ele acaba de ser contemplado com uma Bolsa de Produtividade em Pesquisa (PP), concedida através de um edital lançado pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec) para incentivar pesquisas científicas que envolvem o controle de insetos-pragas em cultivos agrícolas.

Os chamados “insetos-praga” têm causado danos significativos nas culturas de citros em cidades do interior de Sergipe, estado que é atualmente o segundo maior produtor de laranja do Nordeste e o quinto do Brasil, com destaque para o município de Itabaiana na liderança da produção estadual. “O método biológico de controle das pragas, que reduz a utilização de agrotóxicos na citricultura e leva para o produtor um manejo sustentável, sem danos ao ambiente e outros organismos (insetos e microrganismos benéficos, por exemplo) que convivem com os insetos-pragas em um pomar comercial de citros”, explica Mendonça.

Além da formulação química com a presença dos fungos entomopatogênicos, que são capazes de contaminar e matar os insetos-praga, promovendo seu consequente controle biológico, a mesma pesquisa vai avaliar a seletividade da formulação de fungos em óleo sobre a ceraeochrysa spp, um inseto conhecido como “crisopa” ou “bicho-lixeiro” e considerado um predador generalista. “Este inseto realiza o controle biológico natural de pragas dos citros. Portanto, devemos preservá-los no pomar de citros”, frisa o professor.

Ainda segundo Marcelo, a proposta é desenvolver um produto que traga eficiência no controle das pragas e otimize a aplicação com a redução do custo da mão de obra e a aplicação de produtos distintos. “Isso visa disponibilizar para o produtor de citros, especialmente o pequeno produtor, um método biológico de baixo custo e eficiente para uso na sua propriedade. Com isso, a pesquisa já atenderá um relevante número de beneficiários, considerando que a citricultura do Estado, em sua maior parte, é produzida por pequenos citricultores que sustentam a sua família através da comercialização da laranja, limão ou tangerina”, destaca.

A pesquisa será realizada pelos próximos dois anos, com trabalhos realizados no LCBiotec, da Emdagro, e no Laboratório de Nanotecnologia e Nanomedicina (LNMed), do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP). Junto com o professor Marcelo Mendonça, a pesquisa terá a participação das pesquisadoras Patrícia Severino (professora do PBS/Unit e coordenadora do LNMed), Eliana Maria dos Passos (LCBiotec/Emdagro) e Joseane de Jesus Oliveira, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI/Unit), que vai abordar esse tema em sua tese de doutorado.  

O incentivo à pesquisa

O programa desenvolvido pela Fapitec em parceria com a Emdagro, pelo qual o edital foi lançado, busca incentivar estudos científicos sobre novas técnicas de controle de pragas em cultivos agrícolas, com foco na utilização de bioinsumos com ação inseticida. O objetivo é reduzir a dependência de inseticidas químicos sintéticos, além de possibilitar atividades de transferência de tecnologia no âmbito da agropecuária e do desenvolvimento rural sustentável. 

Marcelo Mendonça foi classificado em primeiro lugar na seleção para a Linha de Pesquisa 02 e terá uma Bolsa de Produtividade em Pesquisa (PP) com adicional de bancada (auxílio para cobrir despesas de custeio e capital relacionadas ao desenvolvimento da pesquisa). O tempo de concessão da bolsa é de até 24 meses. “A aprovação de uma bolsa de produtividade para um pesquisador representa o reconhecimento do seu mérito e potencial na área de pesquisa, além de um incentivo financeiro para que ele continue desenvolvendo suas atividades com excelência. É uma forma de valorizar a produção científica, tecnológica e de inovação, incentivando a pesquisa de qualidade e a formação de recursos humanos”, considera o professor. 

Outra intenção é reconhecer e apoiar pesquisadores que demonstram excelência e liderança em suas áreas de conhecimento científico e tecnológico, com base em critérios como produção científica, impacto na formação de recursos humanos e contribuição para a área de pesquisa. A iniciativa é semelhante ao programa de bolsas de produtividade mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do qual utiliza os mesmos objetivos e critérios de avaliação para seleção dos bolsistas. 

“A pesquisa trará impactos significativos para os cursos de graduação e pós-graduação, ampliando as oportunidades de participação dos estudantes em projetos de alto nível, com acesso a metodologias e tecnologias avançadas. Isso contribui para uma formação mais sólida e alinhada às demandas do mercado e da ciência. Além disso, fortalece a integração entre ensino e pesquisa, estimula a produção científica e amplia a visibilidade e a reputação acadêmica dos cursos. É um reconhecimento que reforça a qualidade e a relevância dos trabalhos desenvolvidos, além de atrair mais visibilidade e oportunidades para novos projetos e colaborações. É também um incentivo para toda a comunidade acadêmica, mostrando que o esforço e a excelência científica são valorizados e reconhecidos”, acrescenta a co-orientadora Patrícia Severino, que também é pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da Unit. 


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