Projeto Ilé-Iwé promove série de oficinas para professores e gestores escolares
Projeto Ilé-Iwé promove série de oficinas para professores e gestores escolares - Foto: Ascom Semed
Na manhã desta quinta-feira, 10, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Educação (Semed), e em parceria com o Ministério Público de Sergipe (MP-SE), promoveu três oficinas do Projeto Ilé-Iwé. Participaram do evento professores e gestores de unidades de ensino municipais da capital, da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura de Sergipe (Seduc), e dos municípios da Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e de Laranjeiras.
O foco da iniciativa é a promoção de uma formação escolar antirracista e de valorização à diversidade e igualdade racial, através do desenvolvimento de ações pedagógicas que integram história, cultura e arte afro-brasileira. As oficinas fazem parte da quarta edição do projeto. Através delas foram abordados os temas 'Máscaras', ministrada Sandra Leite e Isabela Santos; 'Abayomi', por Lia Batista; e 'Turbantes', por Joluzia Viana.
Conforme explica a coordenadora de Políticas Educacionais da Educação de Aracaju, Analice Marinho, a proposta foi dividir cada grupo em uma oficina, para que cada ministrante explique como as atividades abordadas podem ser aplicadas em sala de aula.
"Hoje, por exemplo, professores aprenderam a fazer bonecos Abayomis, mas para confeccioná-los eles precisam entender o que são, qual a proposta, o contexto. Nesta edição do Ilé-Iwé estamos com o objetivo de atrair uma maior adesão dos professores, abordando não só o que é a educação para as relações étnico-raciais, mas de que forma os assuntos podem ser trabalhados didaticamente em sala de aula. Semana que vem, no dia 17, teremos um grupo maior de docentes participando de oficinas dos mesmos temas', afirma Analice.
Compartilhando aprendizados
Professora de Português na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Anísio Teixeira, localizada no bairro Atalaia, Isabela Santos, que ministrou oficina sobre máscaras africanas junto com a professora Sandra, ressalta o quão importante trazer o tema africano para o contexto brasileiro e enaltecer a educação para a diversidade nas escolas.
"Iniciamos com partes teóricas, depois como podemos adaptar os itens ao Brasil e também trouxemos os materiais para confeccionarmos as máscaras de forma artesanal. Na escola já trabalhamos estas temáticas durante o ano letivo. Não precisamos ficar presos à data 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, precisamos abordar o tema durante todo o ano e envolvendo todas as disciplinas", pontua a ministrante.
Participando do projeto pela segunda vez, o professor Marcos Batinga, que leciona para o 4º ano na Emef José Airton de Andrade, do bairro Jabotiana, diz perceber, ainda, atos de discriminação entre os alunos, principalmente em razão da cor, e decidiu se qualificar no assunto para trabalhar o tema da educação étnico-racial em sala de aula.
"Percebo que participar do Ilé-Iwé faz com que a gente possa compartilhar os aprendizados em sala de aula e ajudar nossos alunos. Na escola, temos o privilégio de termos uma coordenação muito presente e que nos dá respaldo para fazermos este trabalho na parte teórica, oficinas e aulas práticas para desenvolvermos a conscientização dos estudantes. Assim, estamos construindo elementos de pertencimento e reconhecimento. Nós enquanto formadores de opinião, temos esse papel", detalha o professor.