Alerta sobre a nova NR-1: Guia prático para empresas e colaboradores evitarem conflitos :: Por Tarcísio Matos
Tarcísio Matos*

Semana que vem, a nova NR-1 vai transformar a forma como cuidamos da saúde e da segurança no trabalho. Para o trabalhador, isso significa que o seu bem-estar emocional deixa de ser “coisa de fora” e passa a ser parte integrante do cuidado diário na empresa. Estresse, pressão por metas e assédio moral agora precisam ser identificados, avaliados e combatidos, assim como qualquer outro risco físico ou químico. Você terá acesso a:
a) Informações claras e treinamentos contínuos sobre sinais de sobrecarga mental e estratégias de prevenção;
b) Canal sigiloso de denúncias, para relatar situações de assédio ou discriminação sem medo de retaliações;
c) Oficinas e questionários periódicos, nos quais sua opinião é fundamental para ajustar as medidas de proteção.
Para a empresa, este é um sinal de alerta: revisar seu Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) para incluir fatores psicossociais não é mais uma opção, mas uma obrigação. RH, CIPA e lideranças devem se capacitar para sinalizar e atuar preventivamente. Veja exemplos práticos do que já pode (e deve) ser feito:
a) Mapeamento de riscos psicossociais;
b) Aplicar questionários semestrais para medir níveis de estresse e satisfação;
c) Integrar as respostas aos laudos da Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP);
d) Rotinas de feedback estruturado;
e) Realizar “círculos de conversa” mensais em pequenos grupos, mediado por um facilitador;
f) Criar relatórios de acompanhamento para monitorar evolução de indicadores (absenteísmo, turnover, reclamações);
g) Treinamentos e capacitações;
h) Workshops para gestores sobre identificação de sinais de burnout;
i) Simulações de situações de conflito e mediação interna;
j) Canal de denúncias e acolhimento;
k) Plataforma online ou caixas físicas com garantia de anonimato;
l) Parcerias com psicólogo ou coach para acolhimento imediato de casos graves;
m) Planos de ação e indicadores;
n) Definir responsáveis, prazos e métricas (por exemplo, metas de redução de reclamações em X% ao trimestre);
o) Publicar resultados consolidados para toda a empresa, fortalecendo a transparência.
Além disso, contar com um advogado trabalhista experiente pode fazer toda a diferença, pois ele irá:
a) Auxiliar na revisão dos documentos (PGR, regulamentos internos, termos de consentimento);
b) Orientar sobre as melhores práticas para evitar passivos judiciais e mitigar riscos de autuações;
c) Mediar conflitos e elabora políticas de prevenção alinhadas à NR-1, reduzindo atritos entre empresa e colaboradores.
Este momento pede união e diálogo aberto. Se você é colaborador, participe ativamente: preencha os questionários com sinceridade, dê feedback nas rodas de conversa e use o canal de denúncias sempre que for preciso. Se você é gestor, promova treinamentos regulares, acompanhe de perto os indicadores e conte com o suporte jurídico adequado.
Juntos, podemos transformar essa obrigação legal em um verdadeiro diferencial: um local de trabalho onde todos se sintam ouvidos, protegidos e motivados a dar o seu melhor.
Valeu, Valeu!!!
*Tarcísio Matos, advogado do TMatos Advogados Associados, professor de Pós Graduação em Dir. do Trabalho, cursou Doutorado na UNLZ.