Barulho provocado por fogos de artifício é prejudicial à saúde dos felinos
Luiz Fernando Lima, médico veterinário - Foto: Arquivo pessoal
Os festejos juninos estão entre as festas mais tradicionais do Nordeste. Em Sergipe, o país do forró, a programação junina dura 60 dias e, em muitos deles, os fogos de artifício com estampidos estão presentes. Mas o barulho tem um impacto negativo na saúde das pessoas (crianças, pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), gestantes, idosos e acamados) e também para os animais. No caso dos felinos, a poluição sonora provocada pelas bombas contribui para o surgimento de diversas doenças e pode até reduzir a expectativa de vida.
Especialista em felinos, o médico veterinário Luiz Fernando Lima explica que os gatos são animais de rotina e muito sensíveis a sons altos. “Muitas vezes, o gato se assusta a ponto de não ir para a caixa de areia e prender o xixi, o que acaba acarretando problemas urinários, e até deixar de se alimentar ou beber água. Outros sinais de estresse podem ser percebidos na pele, que pode ficar mais arrepiada. O gato vai soltar mais pelo pela casa e podem aparecer falhas”, detalhou.
Algumas capitais, como Campo Grande, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba e Fortaleza, já tem o uso de fogos de artifícios barulhentos proibidos por lei. Mas enquanto a prática não é proibida em território sergipano, os tutores precisam ter atenção com os gatos. “O tutor vai perceber o gato mais escondido. Seja debaixo da cama ou dentro do sofá, ele vai procurar um lugar para se esconder nesses momentos de susto provocados pelos fogos de artifício”, alerta o Dr. Luiz Fernando, que integra o corpo clínico da Toca dos Gatos.
Para aqueles tutores que vão viajar, o ideal é deixar o gato em casa, na companhia de uma cat sitter, isso porque a mudança de ambiente pode contribuir para o estresse. O nome “cat sitter” vem do inglês e significa “babá de gato”, são profissionais que cuidam de gatos na ausência de seus donos. “Esse ou essa cat sitter vai fazer o papel dos tutores. Ele vai distrair o gato, brincando e o acalmando, fornecendo petiscos. Tudo isso vai ajudar a ocupar a mente do gato para que ele fique mais tranquilo”, pontuou.
O veterinário Luiz Lima recomenda o uso de feromônios e até de música, que também podem auxiliar no cuidado com o gato. “Uma outra coisa que ajuda são sons para relaxamento. No youtube, tem um som chamado ‘relax my cat’, que dá pra colocar na TV ou numa caixa de som de uma forma mais alta para tranquilizar os felinos”.